No Rio, Zé Maria lamentou que não haverá frente classista.
Por: Professor Cardozo
O ato que apresentou as pré-candidaturas de Zé Maria à presidência e de Cyro Garcia ao governo do Estado do Rio de Janeiro reuniu cerca de 300 pessoas na noite desta quarta-feira, 14, na capital fluminense.
O evento aconteceu uma semana depois da calamidade que afetou os trabalhadores do Rio. Por culpa do descaso dos governos, as chuvas provocaram caos e tragédia na vida do povo pobre das favelas.
Uma candidatura dos trabalhadores e para os trabalhadores
Zé Maria começou sua fala contrapondo a ajuda milionária que o governo Lula deu aos banqueiros e empresários na crise ao apelo abstrato e cínico que fez a Deus para salvar as vítimas das enchentes. “Essa é a expressão da verdadeira prioridade do governo”, disse, lamentando que o mesmo “se apresente no mundo inteiro como defensor dos pobres”.
O pré-candidato concentrou sua fala no debate sobre a necessidade de os trabalhadores governarem. Defendeu que a esquerda socialista tem o dever de apresentar uma candidatura para dar combate tanto a Dilma, candidata de Lula, quanto à direita tradicional, representada por Serra. “Lula não vai fazer as mudanças, vai governar para os patrões, mas não queremos a volta da direita tradicional”, declarou, e disse que “o PSTU, ao apresentar suas pré-cadidaturas, pretende encarar este desafio”.
Zé Maria afirmou que as candidaturas do PSTU pretendem ser uma expressão das lutas do dia-a-dia e, ao mesmo tempo, um instrumento para fazer avançar a consciência e a organização dos trabalhadores brasileiros para que esses façam as transformações necessárias na sociedade. “A melhor forma que a esquerda tinha para fazer frente a este desafio, era a constituição de uma frente classista e socialista, que unisse PSTU, PSOL, PCB”, disse.
Ele lamentou que a frente, defendida pelo PSTU desde o ano passado, não tenha se constituído “em primeiro lugar, porque não conseguimos, com o PSOL, em particular, nos colocar em acordo com um programa”. ele responsabilizou o PSOL pela inviabilidade da frente: “O resultado é isso que está aí, um partido que não conseguiu sequer se unificar em torno a uma candidatura não tem condição de liderar uma frente se esquerda”.
Zé Maria afirmou que o PSTU também quer o voto, mas não vai trocar a defesa de suas ideias e dos trabalhadores “para eleger meia dúzia ou cinquenta candidatos”. ele também destacou a importância de que a campanha seja financiada pelos trabalhadores, pois “quem paga manda”. Esse foi outro ponto de desacordo com o PSOL, que já aprovou financiamento privado de campanha no Rio Grande do Sul e deixou em aberto esta possibilidade no resto do país.
A campanha do PSTU, disse ele, será modesta, mas não receberá dinheiro de empresários. Contará apenas com o apoio dos trabalhadores, material e militante, e, em troca, fará uma campanha voltada exclusivamente para os trabalhadores, para a lutas dos movimentos sociais e para a construção de uma sociedade socialista.
Para concluir, chamou a todos e todas a se envolver na campanha. Zé Maria saudou a presença de “cada companheiro e companheira, de todos que acreditam na necessidade de uma transformação socialista no nosso pais” nos seminários de programa e na campanha. “Nós precisamos da ajuda de todos e todas”, concluiu.
Fonte: www.pstu.org.br
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