domingo, 22 de fevereiro de 2015

-"MÃE ÁFRICA"

Por Jeorge Cardozo

De quem é os gritos que vem da Mãe África?

De quem é as lágrimas a procura de ajuda?

De quem são as crianças magricelas a vagar nos caminhos incertos da Mãe África?

Essas são as heranças do ocidente para a Mãe África:

Escravismo, guerra, terror, fome, AIDS, ebola...

O mundo “civilizado” não ver, não ouve, não ajuda,

Quem vai ouvir os gritos dos “inocentes” africanos,

Que morrem aos milhares todos os dias e noites,

E os espólios das suas riquezas são feitos por ditadores sanguinários,

Apoiados pelo ocidente,

Ouro, petróleo, minérios, natureza...

Pobre Mãe África, 

Seus filhos morrem e choram e o ocidente finge não ver!

Primeiro espoliou sua gente como escravas,

Depois pilhou as suas riquezas com o novo colonialismo,

Espalhou a violência com suas guerras propositadas,

Agora matam com suas doenças espalhadas.

Óh, pobre Mãe África que pede ajuda em silêncio,


Pois, o ocidente finge não ver.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SOBRE O MOVIMENTO SEM TETO ALMEIDENSE.



Por Jeorge Cardozo

   A formação política, ideológica e social do individuo é inesgotável. São inúmeros os seus objetos de estudos e as possibilidades de interpretação. Por isso não existe um conhecimento da organicidade acabado ou parado no processo histórico linear alienado. Há divergências, contrapontos, formas dialéticas para entender e capacitar sujeitos comuns na formação política ideológica, na compreensão da hegemonia e contra-hegemonia, presentes nas chamadas associações com caráter eminentemente, político imediato e de interesse escuso de individuo ou de pequeno grupo. Procurar no meio do joio do trigo lideranças que tenham compromisso histórico inquestionável e ético que sintetize e defina o sentido dos movimentos sociais, o pensar e o agir dos liderados seria admitir uma história com sentido determinado, previamente conhecido pelo agir público. O movimento social é, ao contrário, o espaço do inesperado, do imprevisível.
   A interpretação dos movimentos sociais tem um forte vínculo com as questões hegemônicas e contra hegemônicas que são vividas em cada época do desenvolvimento dos modelos econômicos e das classes que as dominam. O interesse que, hoje, me faz analisar tal fato, foi à última reunião palestra organizado pelo Movimento de Sem Teto Almeidense, no último dia 06 de abril do presente ano, na Câmara Municipal local, preconizada pelo líder local do movimento, senhor Lôzo, difere com certeza daquilo que penso sobre organização social, pois, não pode haver movimento social eficaz, sem formação política e ideológica. O trabalho do líder de movimento social, a priori, é dar formação política e ideológica aos liderados para que os mesmos entendam o sentido de causa, efeito e conseqüência da causa em luta, envolvidas com as questões do seu tempo, não é um trabalho neutro, de alguém que possa julgar, imparcialmente, o que está se lutando e redefinir os caminhos da luta em questão.
   As reflexões e as análises feitas por mim neste texto sobre os movimentos sociais nos tempos modernos buscam inserir os lideres e os liderados dos movimentos sociais no contexto da discussão preocupado com a atual crise da modernidade capitalista. O nosso objetivo é contribuir para a formação política e ideológica daqueles que, de alguma forma milita ou quer militar nos movimentos sociais, de modo a prepará-lo para enfrentar a hegemonia que aflige a humanidade com um falso consenso denominado de democracia capitalista burguesa nesse inicio de milênio.
   A construção do mundo moderno contra-hegemônico não pode mais ser compreendida na exclusiva perspectiva das relações econômicas imposta pelo capitalismo e seus atores, tomam como determinante apenas o crescimento e fortalecimento da produção capitalista. Temos que superar as concepções reducionistas que ainda resistem nos movimentos sociais tradicionais. Optamos francamente pelas múltiplas determinações e valorizamos aspectos fundamentais da modernidade presente nos movimentos sociais que têm sido negligenciados por grande parte de seus lideres que, envolvidos em interesses pessoais mesquinhos ou de pequenos grupos com status quo locais, regionais e nacionais, usam o movimento social despolitizadamente, como forma de manipular, usar e depois descartar. Além das disputas pelo poder e dos interesses escusos e mesquinhos individuais, o movimento social também é lugar de concepções de mundo contra-hegemônicas explicado pelo próprio fazer histórico, das diferentes maneiras de se viver organizadamente. Os sonhos, os desejos, as utopias fazem parte da historia, representam a vontade do homem, as suas insatisfações levam-nos a questionar e a buscar uma nova sociedade de iguais na prática e, não só nos documentos oficiais e nos discursos demagógicos presentes no dia a dia. Eles os levam a operar organizadamente as mudanças concretas na maneira de produzir o social. Mesmo aqueles que não são tão letrados, são capazes de se organizar politicamente e ideologicamente e criar a contra hegemonia e contribuírem para que a sociedade estabeleça novos caminhos de igualdade social de fato e não fique só nas aparências.
   Essas concepções multifaceada impostas aos movimentos sociais feitas por falso liderem não significa, entretanto, uma fragmentação definitiva destes, ele apenas, momentaneamente, pela falta de formação política e ideológica da maioria dos seus lideres e liderados que se encontram desconectados entre si, do contexto político contra hegemônico nascente. Muito ao contrario, a contra hegemonia é integrada com os movimentos sociais. Tanto assim que nem sequer um representante do poder político municipal se fez presente. Os lideres de movimentos sociais encontrará na própria luta, companhia e vitória na abrangência imposta ao movimento, inserida numa compreensão mais ampla. Esperamos que a nossa contribuição pudesse ser analisada pelos lideres e liderados e demais interessados, na sua profundidade, para que os tiros não continuem a saírem pela culatra. Digo isso, pois, sempre ouço de lideres comunitários que não tiveram uma formação política e ideológica por menores, dizerem que foram usados pelo sistema, isso ocorre exatamente por isso, pela falta de profundidade desses lideres na causa em questão.

   Por fim, saúdo o camarada Lozo, pela iniciativa de iniciar o debate e nos convidar para dar as nossas contribuições. Digo mais, na qualidade de quem quer contribuir, que um movimento não se faz isolado, é preciso ter um grupo coeso e com interesse coletivo e contra hegemônico também coletivo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PETROBRÁS: INVESTIGAÇÃO OU TENTATIVA DE GOLPE “BRANCO”?

Por Jeorge Cardozo

Assim como as operações da natureza, as histórias humanas também são governadas pela lei cientifica, diferentemente, de todas as interpretações religiosas.

Dessa forma, parafraseando Marx, o mundo e a política e as suas causas, efeitos e consequência podem ser entendidos racionalmente. As pessoas tem liberdade de criar sua própria história e desconstruírem às falsas ideologias, mas para fazerem isso deve compreender o significado da história, da ideologia, da alienação e suas leis. Os fatores econômicos, tecnológicos e políticos, o modo pelo qual as elites políticas e econômicas dominantes se utilizam da cultura, da política, das leis, da religião, da moral e da filosofia para gerar golpe contra as classes trabalhadoras – veja o caso do Paraguai, recentemente.

“A tecnologia material – os métodos de cultivo da terra e os instrumentos para a fabricação de bens de consumo – determinaria os arranjos sociais e políticos da sociedade e as perspectiva intelectuais. Exemplo disso foi a Revolução Francesa, cujos líderes, os burgueses, atacaram os remanescentes feudais e proveu a livre competição, a expansão comercial e transferiram o poder da aristocracia proprietária de terras para os poderosos das finanças e da indústria. Essa mudança era necessária porque as bases econômicas da sociedade tinham sido radicalmente alteradas desde o feudalismo medieval” (Marx/Engels).

A classe política empresarial brasileira usa o poder político para proteger e incrementar seus interesses e tentar golpe “branco” contra o governo dos trabalhadores, a la Paraguai. Controlando a produção material e também a produção intelectual, apresentam como padrões morais e religiosos, suas ideias são encaradas como verdades, refletindo os interesses econômicos da classe dominante na política nacional.

A elite política brasileira preconizada no PSDB/DEM, com ramificações em todos os partidos, em especial, no PMDB, não aceitam a própria democracia defendidas em seus discursos, que deram ao PT, o quarto mandato, legitimado pela maioria do eleitorado nacional. Agora, via parlamento, tentam desestabilizar o governo e, até mesmo, articularem um golpe “branco”, arranjado, como fizeram a elite política tradicional paraguaia, contra o então presidente, Fernando Lugo.

O Brasil não é o Paraguai – esperamos – portanto, cabe ao povo brasileiro ficar de olho no que está por trás dessa tentativa de golpe “branco” preconizada nos discursos dos perdedores do pleito de 2014.


Entendemos que a Polícia Federal tem exercido o seu papel policial e social, na condução das investigações. Portanto, esperamos que tudo sejam esclarecidos e que todos os culpados sejam devidamente punidos pela justiça. Agora, tentativa de politizar os acontecimentos, paralisar o país, criar discurso golpista, terá de ser combatido, por todos os cidadãos da pátria nacional.