quarta-feira, 31 de agosto de 2011

- Como a ONU derrubou um governo ilegalmente

por: professor Cardozo

Carta Aberta dos Intelectuais Africanos – Rosebank, Joanesburgo, África do Sul

Nós abaixo-assinados somos cidadãos africanos comuns, todos imensamente condoídos e indignados, vendo que africanos como nós estão submetidos aos horrores da guerra, atacados por potências estrangeiras que claramente repudiaram a visão nobre e relevante inscrita na Carta das Nações Unidas [1].

A ação de escrever essa carta é inspirada por nosso desejo, não de escolher lados, mas de proteger a soberania da Líbia e o direito do povo líbio de escolher seus líderes e determinar o próprio destino.

A Líbia é país africano.

Dia 10 de março, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana aprovou importante resolução na qual se delineou o mapa do caminho para encaminhar a solução do conflito líbio, consistente com os deveres da União Africana nos termos do Capítulo VIII da Carta das Nações Unidas.

Quando o Conselho de Segurança da ONU aprovou sua Resolução n. 1.973, sabia da decisão da União Africana, anunciada sete dias antes.

Ao decidir ignorá-la, o Conselho de Segurança deliberadamente contribuiu para subverter a lei internacional, além de comprometer a legitimidade da ONU aos olhos dos povos africanos.

Desde então, por outros caminhos, tem ajudado a promover e aprofundar processo imensamente pernicioso de marginalizar a África entre as demais nações do mundo, também no que tenha a ver com solucionar os problemas do continente.

Indiferente ao que determina a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança da ONU declarou sua guerra privada contra a Líbia, dia 17/3/2011.

O Conselho de Segurança deixou-se manipular pelo que o International Crisis Group (ICG), em seu Relatório sobre a Líbia, de 6/6/2011[2], descreve como “matérias jornalísticas sensacionalistas segundo as quais o regime líbio estaria usando sua Força Aérea contra manifestantes”.

Assim (mal) informado, o CS-ONU aprovou a Resolução n. 1.973, que autorizava que se impusesse uma “zona aérea de exclusão” sobre a Líbia e que se tomassem “todas as medidas necessárias (…) para proteger civis e área populosas sob ameaça da Jamahiriya Líbia Árabe (…)”.

Assim, sobretudo, o Conselho de Segurança usou o conceito altamente controverso e sob o qual não há consenso entre os especialistas em direito internacional da “responsabilidade/direito de proteger”, chamado R2P, para justificar a intervenção militar de que trata o Capítulo VII, na Líbia.

Sob essa duvidosa cobertura, o Conselho de Segurança da ONU já cometeu longa lista de agressões que configuram a transformação desse Conselho em instrumento a serviço dos desejos dos estados militarmente mais poderosos dentre seus estados-membros.

Até agora, o Conselho de Segurança não conseguiu apresentar nenhuma evidência de sua autorização para o uso da força nos termos do Capítulo VII da Carta da ONU tenha sido resposta proporcional e adequada a uma situação que, na Líbia, e depois da intervenção militar, foi convertida em guerra civil.

Em seguida, o Conselho de Segurança ‘terceirizou’ ou ‘subcontratou’ a implementação de sua resolução para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), admitindo que essa aliança militar agisse como uma “coalizão de vontades”.

O Conselho de Segurança não cuidou de implantar qualquer mecanismo ou processo para supervisionar os ‘serviços’ do exército ‘subcontratado’, de modo a garantir que as provisões de suas Resoluções fossem completamente e satisfatoriamente atendidas.

Tampouco fez qualquer esforço para monitorar e analisar as ações da OTAN ‘subcontratada’.

O Conselho de Segurança permitiu que se estabelecesse um “Grupo de Contato” sem qualquer legitimidade e sem autorização legal formal – mais uma “coalizão de vontades” – que, de fato, desconstituiu a própria autoridade do Conselho de Segurança como autoridade competente para interferir no futuro da Líbia.

Confirmando essa desconstituição inadmissível, em reunião do dia 15/7/2011 em Istambul, esse “Grupo de Contato” “reafirmou que o Grupo de Contato continua como plataforma adequada e ponto focal de contato com o povo líbio, para coordenar a política internacional e ser um fórum de discussão do apoio humanitário e apoio pós-conflito”.

Dada a omissão do Conselho de Segurança, as duas “coalizões de vontades” – a OTAN e o “Grupo de Contato” –, de fato e para todos os efeitos, reescreveram a Resolução n. 1.973.

Assim, as tais “coalizões de vontades” abertamente assaltaram um poder que legitimamente só o Conselho de Segurança poderia ter e puseram-se a trabalhar para derrubar o governo líbio, golpe que passou a ser designado como ‘mudança de regime’. Para esse objetivo, passaram a usar da força e de todos os meios para derrubar o governo líbio – objetivo que absolutamente nada tem a ver com as decisões do Conselho de Segurança da ONU.

Mediante esses artifícios e sem qualquer atenção às Resoluções n. 1.970 e 1.973, aquelas “coalizões de vontades” atreveram-se a declarar ilegítimo o governo da Líbia e a proclamar um ‘conselho nacional de transição’ organizado em Benghazi como “legítima autoridade governante na Líbia”.

O Conselho de Segurança da ONU é hoje absolutamente incapaz de explicar como as decisões tomadas pela OTAN e pelo “Grupo de Contato” teriam algo a ver com a questão crucial de “facilitar o diálogo com vistas às reformas políticas necessárias para encontrar solução pacífica e sustentável” para o conflito na Líbia.

As ações de seus ‘subcontratados’ – a OTAN e o “Grupo de Contato” – converteram a ONU em parte beligerante no conflito líbio, desnaturando a Organização cujo papel só poderia ser de pacificador neutro e equidistante, igualmente, das duas facções armadas que disputam o poder na Líbia.

Não bastasse, o Conselho de Segurança optou por repudiar a lei internacional, ao deliberadamente ignorar o que determina o Capítulo VIII da Carta das Nações Unidas sobre o papel das instituições regionais legítimas.

A ‘guerra ao terror’ de George W. Bush contra o Iraque começou dia 20/3/2003. No dia seguinte, 21/3/2003, o jornal britânico The Guardian publicou um curto artigo assinado pelo conhecido neoconservador norte-americano Richard Perle, sob o título “Graças a Deus a ONU morreu. Seu fracasso abjeto só nos trouxe anarquia. O mundo precisa de ordem”[3].

Mas toda a arquitetura global do pós-Segunda Guerra Mundial, para manutenção da paz e da segurança internacionais centravam-se no respeito à Carta das Nações Unidas.

Hoje, o Conselho de Segurança da ONU deve saber que, pelo menos no que tenha a ver com a Líbia, atuou de modo que resultou em, e levou a, perder toda a autoridade moral para efetivamente presidir a discussão e o encaminhamento de processos criticamente importantes para que se alcance a paz global e se realize o objetivo da coexistência pacífica entre os povos do mundo.

Ao arrepio de tudo o que determina a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança autorizou e permitiu a anarquia que se abateu sobre o povo líbio.

Ao final disso tudo, o que se vê é que:

– muitos foram mortos ou aleijados;

– grande parte da infraestrutura do país foi destruída, o que empobreceu ainda mais o povo líbio;

– a animosidade e as fissuras que dividem o povo líbio foram aprofundadas;

– a possibilidade de chegar-se a um acordo negociado, inclusivo e estável tornou-se menor que nunca;

– a instabilidade aumentou em todos os países vizinhos da Líbia, sobretudo nos países do Sahel africano (Sudão, Chade, Niger, Mali e Mauritânia);

– a África herdará desafio muito maior e mais difícil no que tenha a ver com questões de paz e estabilidade e, portanto, afastar-se-á ainda mais da via do desenvolvimento sustentável; e

– os que intervieram para perpetuar a violência e a guerra na Líbia fixarão os parâmetros sob os quais os líbios poderão decidir sobre o próprio destino e, assim, tornarão ainda mais limitado o exíguo espaço no qual os africanos lutam pelo seu direito a autodeterminação.

Como africanos, antevimos um futuro em que seríamos atores relevantes num sistema de relações internacionais justas, confiando que a ONU realmente zelaria pelo seu direito legítimo de atuar como “as fundações da nova ordem mundial”,

O Relatório do ICG citado acima diz:

“O que se pode prever para a Líbia, mas também para todo o norte da África, é cada vez mais terrível, a menos que se encontre meio pelo qual induzir os dois lados envolvidos no conflito armado na Líbia a negociar um acordo que permita transição pacífica para um estado pós-Gadaffi, pós-Jamahiriya, e que seja estado considerado legítimo pelo povo líbio. Uma saída política é, de longe, a melhor solução possível, ante a dificílima situação criada pelo impasse militar.”

Quando Richard Perle escreveu em 2003 sobre o “fracasso abjeto da ONU”, reclamava contra a ONU ter-se recusado a curvar-se ante a ditadura da única superpotência mundial, os EUA.

A ONU assumiu aquela posição, porque estava consciente da, e inspirada por, sua obrigação de agir como verdadeira representante de todos os povos do mundo, nos termos de abertura da Carta das Nações Unidas: “Nós, os povos das nações unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo das guerras…”

Contudo, e tragicamente, oito anos depois, em 2011, o Conselho de Segurança da ONU abandonou qualquer compromisso com essa determinação.

Açoitado pela humilhante experiência de 2003, quando os EUA demonstraram que o único poder é a violência, o Conselho de Segurança decidiu que mais fácil seria submeter-se à violência dos poderosos, que honrar o dever de respeitar o soberano desejo dos povos – também das nações africanas, é claro. Então divulgou a mensagem de que aceitava nada ser além de instrumento nas mãos dos senhores da violência mais brutal, os mais brutais no sistema das relações internacionais, e que a violência, portanto, passaria a comandar a ordenação dos negócios humanos.

Como africanos, temos de levantar-nos e reafirmar nosso direito e nosso dever de determinar nosso destino, na Líbia e em qualquer outro ponto de nosso continente.

Exigimos que todos os governos, em todos os cantos do mundo, também na África, que almejem alcançar genuíno respeito dos governados, como nós, ajam imediatamente para reafirmar “a lei pela qual todas as nações possam viver dignamente”.

Exigimos que:

– tenha fim imediatamente a guerra de agressão da OTAN contra a Líbia;

– a União Africana seja apoiada para implementar seu plano para ajudar o povo líbio a alcançar a paz, a democracia, prosperidade para partilhada e a reconciliação, numa Líbia unida; e que

– o Conselho de Segurança aja imediatamente para cumprir suas responsabilidades, como definidas na Carta das Nações Unidas..

Os que desencadearam tempestade mortal de bombas sobre a Líbia não devem persistir na autoilusão de que o aparente silêncio dos milhões de africanos signifique qualquer tipo de aprovação à campanha de morte, destruição e dominação que aquela tempestade parece assegurar.

Estamos confiantes. Reemergiremos vitoriosos, por mais que façam os semeadores de morte dos mais poderosos exércitos do mundo.

Responderemos na prática da vida e como africanos. Em todos os momentos e pelos meios necessários, agiremos resoluta e deliberadamente para defender o direito de os africanos da Líbia decidirem o próprio futuro e, por essa via, defenderemos o direito e o dever de todos os africanos determinarmos nosso destino.

O Mapa do Caminho proposto pela União Africana[4] ainda é o melhor caminho para garantir a paz ao povo da Líbia.














- Líbia: sangue, suor e lágrimas?




Escrito por Atilio A. Borón*

A sorte do regime líbio está lançada. A essa altura, a única questão pendente é o destino de Muammar Kadafi: vai se render ou lutará até o fim? Será Allende ou Noriega? Vivo ou morto? E se vivo, o que o espera? O exílio é altamente improvável, pois não há quem o receba e, além do mais, sua imensa fortuna depositada em bancos dos EUA, Inglaterra, França e Itália está bloqueada.

O mais provável será que siga a sorte de Slobodan Milosevic e termine enfrentando o Tribunal Penal Internacional, que o acusará de genocida por ter ordenado a suas tropas dispararem contra seu povo. Esbanjando uma obscena moral dupla, o TPI acolherá a petição de um país, os EUA, que não somente não assinaram o tratado [que criou o TPI], como não reconhecem sua jurisdição sobre os cidadãos estadunidenses, e ainda lançaram uma acintosa campanha contra o mesmo, obrigando mais de uma centena de países da periferia capitalista a renunciar a seu direito de denunciar no TPI cidadãos estadunidenses responsáveis por crimes semelhantes – ou piores – do que os perpetrados por Kadafi.

Uma infâmia mais da suposta “ordem mundial” que está caindo aos pedaços graças aos contínuos atropelos das grandes potências. E uma lição para todos aqueles que confiam – como em um momento fez a Argentina nos anos 90 – que consentindo as “relações carnais” com o imperialismo se gozaria para sempre de sua proteção. Erro crasso, como se comprovou com o fim da “Convertibilidade” e como hoje experimenta na própria carne Kadafi, atônito ante a ingratidão daqueles de quem havia se tornado obediente peão [nos últimos anos].

Sendo assim, por que Obama, Cameron, Sarkozy e Berlusconi [não] lhe deram uma mão? Em primeiro lugar, por oportunismo. Esses governos, que tinham se alinhado incondicionalmente com Mubarak no Egito durante décadas, cometeram o erro de subestimar o fervor insurrecional que comovia o país das pirâmides. Quando mudaram de lado, deixando na mão seu gendarme regional, seu desprestígio ante a revolução democrática se fez ostensivo e irreparável.

Na Líbia tiveram a oportunidade de corrigir esse passo em falso, facilitados pela brutal repressão que Kadafi descarregou nas primeiras semanas de revolta. Isso ofereceu o pretexto que buscavam para desencadear a não menos brutal intervenção militar da OTAN – com sua nefasta sequela de vítimas civis como produto de “danos colaterais” de suas “bombas inteligentes” – e, por outro lado, dando pontapé inicial às atuações do TPI, a cujo promotor geral nem de longe lhe ocorreria convocar o comandante da OTAN para prestar contas sobre crimes tão ou mais monstruosos que os perpetrados pelo regime líbio.

Em uma entrevista recente, [o economista egípcio, de tendência marxista,] Samir Amin manifestou que toda a operação montada contra Kadafi não tem a ver com o petróleo porque as potências imperialistas já o tinham em suas mãos [e as reservas e refinarias controladas por empresas estatais líbias?]. Seu objetivo é outro, e essa é a segunda razão para a invasão: estabelecer o Africom (o Comando Militar dos EUA na África), atualmente com sede em Stuttgart, Alemanha, já que os países africanos, não importa o que se pense deles, se negaram a aceitar sua instalação no continente negro.

O que o imperialismo deseja é estabelecer uma cabeça costeira para lançar suas operações militares na África. Fazê-lo a partir da Alemanha, além de pouco prático, é altamente irritante, para não dizer ridículo. Agora tratarão de que o regime lacaio a ser instalado em Trípoli aceite o amável “convite” que seguramente lhe fará a OTAN. De toda forma, a operação não será nada simples, entre outras coisas porque o Conselho Nacional de Transição (CNT) é uma precipitação altamente instável e heterogênea de forças sociais e políticas fragilmente unidas pela argamassa que só proporciona uma visceral rejeição a Kadafi, apesar de não serem poucos os que, até alguns meses atrás, constavam entre seus mais obedientes e servis colaboradores.

Existem fundadas suspeitas para acreditar que o assassinato ainda não esclarecido do ex-chefe militar dos rebeldes, Mohammed Fatah Younis, ex-ministro do Interior de Kadafi e ex-comandante das forças especiais líbias, foi causado por um setor dos rebeldes em represália a sua atuação no massacre de uma revolta islâmica na década de 90.

Outro exemplo, não menos esclarecedor que o anterior, é oferecido pelo próprio presidente do CNT. Segundo Amin, Mustafá Abdel Jalil é um “curioso democrata: foi o juiz que condenou as enfermeiras búlgaras à morte antes de ser promovido a ministro da Justiça de Kadafi”, cargo que exerceu de 2007 a 2011. O CNT, em suma, é um bloco reacionário e oportunista, integrado por islamistas radicais, socialistas (“estilo Zapatero ou Tony Blair”), nacionalistas (sem nação, porque a Líbia não o é) e, como assinala o analista internacional Juan G. Tokatlian, “bandidos, empresários, guerrilheiros e ex-militares”, para não falar do divisionismo tribal e étnico que marcou desde sempre a história desse território sem nação que é a Líbia.

Por isso não existem demasiadas razões para supor que o CNT inaugurará um período democrático. Seus membros não têm melhores credenciais que Kadafi e pesa sobre eles a irredimível infâmia de ter convidado as potências imperialistas a bombardear suas cidades e aldeias a fim de viabilizar sua derrubada [d Kadafi] . Assim, o mais provável é que, uma vez derrotado o regime, as sangrentas lutas intestinais e a ingovernabilidade resultante tornem inevitável para as potências imperialistas entrar em outro pântano, como o Iraque e o Afeganistão, estabelecendo a mínima ordem que permita organizar sua rapina.

Desgraçadamente, o que espera pela Líbia não é a democracia, [nem muito menos uma revolução social], mas um turbulento protetorado europeu-estadunidense e, como dissera Winston Churchill de seu país em tempos de Segunda Guerra Mundial, sangue, suor e lágrimas.
__________
*Atilio Borón é doutor em Ciência Política pela Harvard University, professor titular de Filosofia Política da Universidade de Buenos Aires e ex-secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).













quarta-feira, 24 de agosto de 2011

- CAMETÁ OU SODOMA E GOMORRA?


por:professor Cardozo

No último domingo 14/Agosto os jornais “O Liberal” e “Amazônia” publicaram reportagens sobre Cametá (transcrita na íntegra abaixo), não como “Pérola Tocantina”, mas ao contrário e mais uma vez, pelas mazelas causadas por sucessivos desgovernos manchados pela corrupção e pelo descompromisso com Cametá e os cametaenses.

Dessa vez não foi à malária não, mas a prostituição infanto-juvenil, a elevação dos crimes sexuais, as gravidez precoce e a crescente onda de tráfico e violência que a cada dia aterroriza mais nosso povo.

Apesar de a reportagem ter “qualificado” os principais co-aliciadores desse comércio de vidas e, portanto, os principais responsáveis pelo crescimento desses males sociais típicos de terceiro mundo, como sendo os “patrões” isto é, geralmente, como denuncia a reportagem, são “homes de situação financeira estável, de classe média e alta, que em alguns casos têm certa influência na cidade. Além de políticos, empresários e comerciantes (...)”, a redação poupou, novamente, os gestores municipais, estaduais e federais, afinal, mesmo tendo o Município maior responsabilidade na execução de políticas públicas voltadas para a juventude em suas múltiplas facetas e necessidades (educação, saúde, cultura, lazer, esporte, emprego...), o Estado do Pará e a União também têm obrigação de manter e construir uma rede de benefícios que constituam de fato uma malha social, dando aos jovens cametaenses outras opções de ser e viver, de realizar suas potencialidades e de se desenvolver enquanto sujeito de sua própria historia, da historia de seu lugar e de sua gente.

Olha o que diz o artigo 227 da Constituição da República do Brasil:

“É dever da família, da sociedade e do Estado

assegurar à criança e ao adolescente, o direito à vida,

à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. (Artigo 227 caput da Constituição Federal de 1988)

Mas como nossos jovens vão trilhar um caminho distante das farras, drogas e prostituição? Como?

Com o “Centro de Cultura” entregue às baratas há mais de qu15ze anos?

Com a “Trilha da Juventude”, lugar onde diariamente se vêem jovens consumindo drogas, sendo aliciados e prostituídos e, eventualmente até sendo assassinados? Um antigo ponto de referência de nossa juventude, ironicamente incrustada entre escolas, o Judiciário e o estádio municipal, encontra-se abandonada desde a gestão Miltom Peres, há mais de 15 anos. João Medeiros-PMDB (1992 - 1996), Emmanel Cunha-PR (1996 - 2000), Quaresma-PT (2000 - 2004), Valdoli-DEM (2004 - 2008) e outra gestão Valdoli-DEM (2008 - 2012), TODOS ELES ABANDONARAM A TRILHA E JUVENTUDE CAMETAENSE!

Sendo o Ministério da Educação – MEC, o Índice de Desenvolvimento da Educação de Base – IDEB, (que pode ser consultado no sitio: www.sistemasideb.inep.gov.br) revelaram que no que tange o ensino público o Pará em 2009 ficou com média 3,0, abaixo da média nacional no mesmo ano, que ficou em 3,6.

Já as escolas municipais de Cametá, muito abaixo da média nacional, desde 2007 quando o índice foi criado, até o último senso em 2009, manteve em quase sua totalidade, índices entre 0,8 e 2,5. Veja o quadro abaixo, escola por escola:

Escolas

2005

2007

2009

E M E F ACHILLES RANIERI

2.1

E M E F CORONEL RAIMUNDO LEAO

3.0

2.9

E M E F D ROMUALDO DE SEIXAS

2.2

2.3

3.3

E M E F DE AJARAI

0.8

E M E F DE AJO

2.3

E M E F DE ARICURA

2.4

2.0

E M E F NOSSA SENHORA DO CARMO

1.8

E M E F NOSSA SENHORA DO CARMO

1.9

E M E F NOSSA SENHORA DO PERPETUO SOCORRO

E M E F PRESIDENTE EURICO G DUTRA

2.4

E M E F PRO JOAO GIOCA DE MORAES

2.3

E M E F PROF ELIZIA MALVINA MUNIZ

2.6

2.6

E M E F PROF JOAO MORAES BITENCOURT

2.5

E M E F PROF JOAO TEIXEIRA TAVORA

2.6

E M E F PROF JOAQUIM BASTOS

2.5

E M E F PROFA CELECINA BRAGA DE MELO

2.7

E M E F PROFA GLICERIA GUIMARAES

2.6

E M E F PROFESSOR FRANCELINO DE FREITAS

1.7

E M E F PROFESSOR FULGENCIO WANZELER

2.6

E M E F PROFESSOR JACINTO GARCIA

1.5

E M E F PROFESSOR RAIMUNDO DA COSTA CALDAS

3.5

E M E F PROFESSORA DALILA LEAO

2.0

2.7

2.7

E M E F PROFESSORA DINORA TAVARES GONCALVES

2.0

3.4

3.1

E M E F PROFESSORA DULCE FERREIRA PACHECO

2.1

E M E F PROFESSORA FRANCISCA ARNAUD DE PINA

2.0

1.6

2.4

E M E F PROFESSORA MARIA DE NAZARE PERES

2.7

E M E F PROFESSORA MARIA EDUARDA GOUDINHO

2.9

E M E F PROFESSORA MARIA NADIR FILGUEIRA VALENTE

2.9

3.4

E M E F PROFESSORA MARIA VALDA BRAGA VALENTE

2.5

2.7

3.1

E M E F PROFESSORA NOEMIA DA SILVA MARTINS

3.4

3.0

E M E F RAIMUNDA DA S BARROS

2.1

2.6

2.8

E M E F RAIMUNDO CORREA CRUZ

3.3

E M E F RAIMUNDO IGNACIO FERREIRA

2.3

E M E F ROMAO AMERICO FILHO

2.3

E M E F SANTA MARIA

2.4

3.0

3.2

E M E F SANTA SANTOS

3.3

3.4

3.6

E M E F SANTA TEREZINHA

2.4

2.3

2.7

E M E F SAO JOAO BATISTA

2.7

3.0

3.4

E M E F SODRELINO GARCIA DUARTE

1.3

Não é de se estranhar tanta prostituição infanto-juvenil, consumo de drogas e gravidez precoce numa cidade onde TODOS OS VEREADORES (do PT, PSDB. DEM, PCdoB...), VOTARAM CONTRA a melhoria da qualidade de ensino em Cametá e, a mando do prefeito, votaram contra a reposição salarial de 22% para professores, conforme prévio acordo entre o SINTEPP, a categoria e a Prefeitura.

Nossos professores têm um dos piores salários do Pará e um plano de carreira péssimo. Pois bem, os vereadores por unanimidade aprovaram uma mísera reposição de 11,5%, que se quer cobre a inflação dos anos sem reajuste real.

Ou ainda, em uma cidade onde uma única escola leva mais de SETE anos para ser construída e até hoje se quer foi inaugurada, o absurdo se passa em na Vila de Belos Prazeres, Curuçambaba. Como a escola nunca foi entregue, as crianças dividem o barracão comunitário, várias turmas, a uma temperatura de mais de 40 graus!

A reportagem do grupo “Liberal” disse a verdade sobre o vertigino aumento de jovens viciados, na prostituição, e também foi realista quando apontou as que as inúmeras festas regada a álcool favorecem o aliciamento de jovens e crianças, mas deixaram de denunciar os principais responsáveis por esse pântano social que Cametá esta se tornando, tendo sido comparada às cidades de Sodoma e Gomorra dominadas pela corrupção e prostituição, e por outro lado dá um enfoque policialesco à questão social em foco, quase dizendo “PRECISAMOS DE MAIS POLICIAIS E MAIS CELAS”.

NOSSA JUVENTUDE CAMETAENSE ESTA SE PERDENDO, governadores, prefeitos, senadores, deputados, vereadores, todos de mãos dadas com certos comerciantes e empresários, todos na mesma ciranda, mudos e indiferentes, cúmplices e co-autores da trágica historia de vida de meninos e meninas destruídas aos 7, 8, 9 anos!

SEM PROJETOS NEM REALIZAÇÕES, esses políticos viciados de poder, ficam apenas discursando ou expedindo ofícios às autoridades “competentes”, apenas discursam seu politiquês barato e cínico!

Lembraram de pedir voto logo mais em 2012, - COM CERTEZA – e continuarão imóveis e falantes, porém sem respostas e ações sérias para salvar, resgatar, ressuscitar Cametá com todo seu esplendor e a força de sua gente.

Muitas foram às obras já “realizadas” SÓ NA PROMESSA, como a construção do “cais” às margens do rio Caji, que banha parte da Vila de Belos Prazeres, prometida pelo então deputado federal Paulo Rocha (ficha suja do PT) . Onde foi parar os recursos de emenda parlamentar estimada em mais de R$ 300.000,00 ????!

É lastimável e revoltante. A corrupção e a incompetência de mais de uma geração de políticos alheios ao sofrimento do povo.

Desde 2006 venho denunciando o abandono em que a cidade se encontra, sem remédios e médicos; a rede de corrupção institucional-familiar encastelada nos aparelhos públicos, a prostituição, o gigantesco déficit habitacional.... A conseqüência? PERSEGUIÇÕES, INTIMIDAÇÕES, VOZ DE PRISÃO E ATÉ AMEAÇA DE MORTE!

Prática corriqueira do corolenismo corriqueiro ainda reinante em Cametá.

INDIGNAÇÃO!!! Quando vemos tudo isso e ainda, lembramos do assassinato brutal do jovem advogado Fabio Teles, encomendado por influente empresário-político (ZÉ MARIA do “Tecidos Cametá”), segundo investigações policiais.

A CORRUPÇÃO E O DESPREZO PELO POVO SÃO A MAIOR MARCA DE SUCESSIVOS GOVERNOS E MANDATOS HISTORICAMENTE BENEFICIADOS PELO APOIO DOS CAMETAENSES.

Muitos desses “patrões” vêem em nossas belas crianças apenas um objeto para satisfação de suas bestialidades sexuais ou ainda, como mão de obra semi-escrava do tráfico de drogas.

Já os filhos desses patrões, muito ao contrario de nossas crianças, raramente estudam ou vivem em Cametá, são mandados “pra fora”, para estudar, viajar e voltar (ou não), com condições privilegiadas para alcançar bons empregos e elevadas posições sociais.

Mas e os empregos para nossos jovens? Onde o Município, e o Estado como um todo, construíram alternativas reais para geração de emprego e renda?

Quando as potencialidades múltiplas de nossa Cidade serão aproveitadas para geração de emprego e renda para nossa gente? Onde estão industrias e/ou cooperativa de produção?

NÃO HÁ VAGAS, NEM EMPREGOS! Mas o tráfico sempre está de portas abertas a oferecer um “bico” de “avião”, “olheiro”, “boqueiro”...

Para os gloriosos gestores do passado e do presente, melhor “não mexer em time que esta ganhando”, melhor manter a máquina publica de cabide de empregos temporários para uma centena de trabalhadores, que ainda são obrigados a se sujeitas às praticas mandonistas, arbitrárias e autoritárias de seus “patrões”.

VOTO DE CABRESTO MANTÉM COVARDES NO PODER

E depois, em 2012 ainda vão ter que “retribuir” o “favor”, sendo praticamente coagidos a acompanhar os candidatos indicados pelo “patrão”. RESULTADO?

Sem educação, cultura, esporte e emprego?

Com prostituição, álcool, drogas e festas?

CASO DE POLÍCIA? Debaixo da árvores policia “colhe os frutos” do caos de abandono e corrupção que assola Cametá, mas as raízes desses males são mais profundas! Sem fórmula mágica, é necessário e urgente que medidas de curto, médio e longo prazo sejam postas em pratica imediatamente!

FAZER SUMIR DINHEIRO é prática de prefeitos de Cametá desde antigamente, fazem sumir de restaurante popular ao dinheiro da aposentadoria de dezenas de servidores municipais!

SÓ GARGANTA? Não adianta judicializar à política e transferir a responsabilidade da questão social de Cametá à polícia e ao judiciário. Como no “ato contra malária do dia 25 de julho”, que na última segunda das férias de julho “erraram ou esqueceram” o caminho das secretarias de saúde; da prefeitura, da casa do secretario de saúde, em fim.... vieram direto pro fórum!

Concordamos que a impunidade, sobretudo nos casos de crimes sexuais gera violência, mas é preciso atacar a raiz do problema, investir desde a base em nossas crianças. Pois, se não há respeito, é preciso destronar o rei e acabar com toda corte de privilégios gozados com dinheiro público, salários fantasmas, desvios e fraudes!

VAMOS DIZER BASTA A “HEREDITARIEDADE” DESSES POLÍTICOS SUJOS E COVARDES!

GRITO DOS EXCLUÍDOS, 7 DE SETEMBRO! É importante e válida toda forma de contestação contra essa desordem e desgovernos, inclusive, o chamado virtual do Parente (BLOGDOPARENTE.BLOGSPOT.COM), mas se conhecemos a realidade de Cametá e queremos transformá-la, É PRECISO DIZER A VERDADE NAS RUAS, mobilizar as comunidades e fazer muito barulho nas rádios e esquinas, tomar a avenida em um grande protesto por respostas imediatas para juventude e a população em geral.

ü BASTA DE COVARDIA CONTRA CRINÇAS E ADOLESCENTES!

ü PRISÃO DE TODOS OS CORRUPTOS E CORRUPTORES!

ü DEVOLUÇÃO DO DINHEIRO E PATRIMÔNIO PÚBLICO DESVIADOS, COM CONFISCO DE BENS!

ü CAMETÁ MERECE SER PÉROLA E NÃO MANCHETE POLICIAL!

Cametá, margem esquerda do rio Tocantins, 18 de agosto de 2011.

Movimento Terra Trabalho e Liberdade - MTL

No último domingo 14/Agosto os jornais “O Liberal” e “Amazônia” publicaram reportagens sobre Cametá (transcrita na íntegra abaixo), não como “Pérola Tocantina”, mas ao contrário e mais uma vez, pelas mazelas causadas por sucessivos desgovernos manchados pela corrupção e pelo descompromisso com Cametá e os cametaenses.

Dessa vez não foi à malária não, mas a prostituição infanto-juvenil, a elevação dos crimes sexuais, as gravidez precoce e a crescente onda de tráfico e violência que a cada dia aterroriza mais nosso povo.

Apesar de a reportagem ter “qualificado” os principais co-aliciadores desse comércio de vidas e, portanto, os principais responsáveis pelo crescimento desses males sociais típicos de terceiro mundo, como sendo os “patrões” isto é, geralmente, como denuncia a reportagem, são “homes de situação financeira estável, de classe média e alta, que em alguns casos têm certa influência na cidade. Além de políticos, empresários e comerciantes (...)”, a redação poupou, novamente, os gestores municipais, estaduais e federais, afinal, mesmo tendo o Município maior responsabilidade na execução de políticas públicas voltadas para a juventude em suas múltiplas facetas e necessidades (educação, saúde, cultura, lazer, esporte, emprego...), o Estado do Pará e a União também têm obrigação de manter e construir uma rede de benefícios que constituam de fato uma malha social, dando aos jovens cametaenses outras opções de ser e viver, de realizar suas potencialidades e de se desenvolver enquanto sujeito de sua própria historia, da historia de seu lugar e de sua gente.

Olha o que diz o artigo 227 da Constituição da República do Brasil:

“É dever da família, da sociedade e do Estado

assegurar à criança e ao adolescente, o direito à vida,

à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. (Artigo 227 caput da Constituição Federal de 1988)

Mas como nossos jovens vão trilhar um caminho distante das farras, drogas e prostituição? Como?

Com o “Centro de Cultura” entregue às baratas há mais de qu15ze anos?

Com a “Trilha da Juventude”, lugar onde diariamente se vêem jovens consumindo drogas, sendo aliciados e prostituídos e, eventualmente até sendo assassinados? Um antigo ponto de referência de nossa juventude, ironicamente incrustada entre escolas, o Judiciário e o estádio municipal, encontra-se abandonada desde a gestão Miltom Peres, há mais de 15 anos. João Medeiros-PMDB (1992 - 1996), Emmanel Cunha-PR (1996 - 2000), Quaresma-PT (2000 - 2004), Valdoli-DEM (2004 - 2008) e outra gestão Valdoli-DEM (2008 - 2012), TODOS ELES ABANDONARAM A TRILHA E JUVENTUDE CAMETAENSE!

Sendo o Ministério da Educação – MEC, o Índice de Desenvolvimento da Educação de Base – IDEB, (que pode ser consultado no sitio: www.sistemasideb.inep.gov.br) revelaram que no que tange o ensino público o Pará em 2009 ficou com média 3,0, abaixo da média nacional no mesmo ano, que ficou em 3,6.

Já as escolas municipais de Cametá, muito abaixo da média nacional, desde 2007 quando o índice foi criado, até o último senso em 2009, manteve em quase sua totalidade, índices entre 0,8 e 2,5. Veja o quadro abaixo, escola por escola:

Escolas

2005

2007

2009

E M E F ACHILLES RANIERI

2.1

E M E F CORONEL RAIMUNDO LEAO

3.0

2.9

E M E F D ROMUALDO DE SEIXAS

2.2

2.3

3.3

E M E F DE AJARAI

0.8

E M E F DE AJO

2.3

E M E F DE ARICURA

2.4

2.0

E M E F NOSSA SENHORA DO CARMO

1.8

E M E F NOSSA SENHORA DO CARMO

1.9

E M E F NOSSA SENHORA DO PERPETUO SOCORRO

E M E F PRESIDENTE EURICO G DUTRA

2.4

E M E F PRO JOAO GIOCA DE MORAES

2.3

E M E F PROF ELIZIA MALVINA MUNIZ

2.6

2.6

E M E F PROF JOAO MORAES BITENCOURT

2.5

E M E F PROF JOAO TEIXEIRA TAVORA

2.6

E M E F PROF JOAQUIM BASTOS

2.5

E M E F PROFA CELECINA BRAGA DE MELO

2.7

E M E F PROFA GLICERIA GUIMARAES

2.6

E M E F PROFESSOR FRANCELINO DE FREITAS

1.7

E M E F PROFESSOR FULGENCIO WANZELER

2.6

E M E F PROFESSOR JACINTO GARCIA

1.5

E M E F PROFESSOR RAIMUNDO DA COSTA CALDAS

3.5

E M E F PROFESSORA DALILA LEAO

2.0

2.7

2.7

E M E F PROFESSORA DINORA TAVARES GONCALVES

2.0

3.4

3.1

E M E F PROFESSORA DULCE FERREIRA PACHECO

2.1

E M E F PROFESSORA FRANCISCA ARNAUD DE PINA

2.0

1.6

2.4

E M E F PROFESSORA MARIA DE NAZARE PERES

2.7

E M E F PROFESSORA MARIA EDUARDA GOUDINHO

2.9

E M E F PROFESSORA MARIA NADIR FILGUEIRA VALENTE

2.9

3.4

E M E F PROFESSORA MARIA VALDA BRAGA VALENTE

2.5

2.7

3.1

E M E F PROFESSORA NOEMIA DA SILVA MARTINS

3.4

3.0

E M E F RAIMUNDA DA S BARROS

2.1

2.6

2.8

E M E F RAIMUNDO CORREA CRUZ

3.3

E M E F RAIMUNDO IGNACIO FERREIRA

2.3

E M E F ROMAO AMERICO FILHO

2.3

E M E F SANTA MARIA

2.4

3.0

3.2

E M E F SANTA SANTOS

3.3

3.4

3.6

E M E F SANTA TEREZINHA

- Veja o resultado em Salvador e a parcial do Estado

por: professor Cardozo

Votação APLB 2011 - Urnas de Salvador

1

2

Nulos

Brancos

total

1

142

142

10



294



2

40

55

2

97

3

5

23

2

30

4

11

28

39

5

2

42

44

6

3

39

3

45

7

37

1

38

8

2

22

1

25

9

25

15

2

1

43

10

1

17

7

0

25

11

18

41

5

4

68

12

5

17

4

3

29

13

13

26

39

14

19

33

1

53

15

8

15

23

16

3

49

52

17

4

23

27

18

7

27

34

19

3

26

29

20

1

14

1

16

21

2

32

34

22

2

20

22

23

13

31
1

45

24

13

57

70

25

8

18

2

28

26

9

33

42

27

19

23

1

43

28

1

13

1

15

29

2

26

1

29

30

6

7

13

31

3

32

1

36

32

10

25

1

36

33

3

20

23
34

19

33

52

35

12

19

31

36

6

5

1

12

37

9

32

41

38

5

48

1

1

55

39

3

30

33

40

11

25

36

41

12

16

28

42

13

38

51

43

5

14

1

20

44

8

33

41

45

3

44

2

49

46

3

37

3

43

47

18

19

1

1

39

48

10

20

5

35

49

8

23

1

32

50

40

25

4

1

70

51

2

12

6

1

21

52

2

27

8

0

37

53

4

27

31

54

8

40

2

1

51

55

4

22

2

28

56

14

12

2

28

57

4

7

11

58

2

21

23

59

6

30

36

60

8

33

2

43

61

5

23

28

62

9

19

3

31

63

5

10

15

64

1

31

4

36

65

2

25

1

28

66

1

24

25

67

1

13

14

68

3

17

12

32

69

16

8

1

25

70

7

21

1

29

71

6

15

21

total

735

1890

100

22

2747

%

26,737

68,80233

3,640335

0,800874

100

MAPA PARCIAL DE APURAÇÃO POR DELEGACIAS NAS REGIONAIS

RESULTADO PARCIAL

ELEIÇÃO APLB SINDICATO ELEIÇÕES 2011/SALVADOR

MAPA GERAL DE APURAÇÃO - ELEIÇÕES/2011- COMISSÃO ELEITORAL

REGIONAIS / DELEGACIAS

MUNICÍPIOS

CHAPA 1

CHAPA 2

BRANCOS

NULOS

TOTAL

METROPOLITANA - DELEGACIA RECONCAVO

AMÉLIA RODRIGUÊS

768

72

1

2

843

METROPOLITANA - DELEGACIA SUBAÉ

SANTO AMARO

205

116

1

3

325

LESTE - DELEGACIA COSTA DO DENDÊ

VALENÇA

1013

58

31

15

1117

LESTE - DELEGACIA VALE DO JAGUARIPE

NAZARE

534

58

6

9

607

LESTE - DELEGACIA DA MATA

STO ANT. JESUS

172

425

9

6

612

LESTE - DELEGACIA COSTA LESTE

CAMAMU

546

101

10

6

663

SERRANA - DELEGACIA DO PARAGUAÇÚ

GOVERNADOR MANGABEIRA

494

44

3

6

547

SERRANA - DELEGACIA DO PLANALTO

CRUZ DAS ALMAS

188

57

4

4

253

SERRANA - DELEGACIA VALE DO JIQUIRIÇÁ

LAJE

466

38

18

7

529

CACAUEIRA - DELEGACIA FLORESTA DE CACAU

IBICARAI

300

72

0

0

372

CACAUEIRA - DELEGACIA COSTA DO CACAU

ILHEUS

1198

126

12

9

1345

CENTRO OESTE - DELEGACIA DO SOL

JEQUIÉ

1181

222

21

34

1458

CENTRO OESTE - DELEGACIA NASCENTE DO SOL

MARACAS

459

23

10

5

497

CENTRO OESTE - DELEGACIA HORTIGRANJEIRA

JAGUAQUARA

346

249

8

17

620

CENTRO OESTE - DELE. BAIXO RIO DE CONTAS

UBATÃ

626

53

3

7

689

NOROESTE - DELEGACIA RIO CATOLÉ

ITAPETINGA

331

52

6

8

397

NOROESTE - DELEGACIA RIO GONGOGI

IGUAÍ

528

61

6

2

597

NOROESTE - DELEGACIA RIO VERRUGA

ITAMBE

609

5

0

0

614

SALVADOR *

SALVADOR

1060

2004

35

99

3198

SUL - DELEGACIA CACAU SUL

CAMACÃ

622

38

12

7

679

SUL - DELEGACIA COSTA SUL

EUNAPOLIS

751

80

7

3

841

SUL - DELEGACIA VALE DO SUL

MEDEIROS NETO

353

71

5

7

436

SUDOESTE - DELEG. DO EXTREMO SUL

TEIXEIRA DE FREITAS

1701

46

11

16

1774

SUDOESTE - DELEG. DA CAATINGA

MALHADA DE PEDRAS

584

20

9

17

630

SUDOESTE - DELEG. VALE DA CONQUISTA

BARRA DA ESTIVA

87

6

13

12

118

SERTÃO - DELEG. SERTANEJA

FEIRA DE SANTANA

1781

177

176

209

2343

SERTÃO - DELEG. ACUCAREIRA

IRARÁ

532

30

0

4

566

SERTÃO - DELEG. VALE DO PARAGUAÇÚ

SANTO ESTEVÃO

888

89

19

9

1005

SERTÃO - DELEG. SERTANEA

IPIRÁ

850

33

3

2

888

SERTÃO - DELEG. DO JACUÍPE

RIACHÃO DO JACUÍPE

254

19

1

3

277

LITORAL NORTE - DELEG. AGRESTE BAIANO

ALAGOINHAS

372

130

7

6

515

LITORAL NORTE - DELEG. AGRESTE BAIANO

ENTRE RIOS

544

20

4

3

571

LITORAL NORTE - DELEG. NORDESTE

JANDAIRA

579

19

5

6

609

LITORAL NORTE - DELEG. DO ITAPICURU

OLINDINA

655

10

0

0

665

NORDESTE - DELEG. VASA BARRIS

PARIPIRANGA

519

7

1

3

530

NORDESTE - DELEG. TERRA SANTA

CICERO DANTAS

204

4

0

0

208

NORDESTE - DELEG. HIDROELÉTRICA

PAULO AFONSO

674

44

5

4

727

NORDESTE - DELEG. NORDESTINA

RIBEIRA DO POMBAL

146

22

1

1

170

SISALEIRA - DELEG. DO SERTÃO NORTE

BARROCAS

823

33

3

3

862

SISALEIRA - DELEG. DO SISAL NORTE

SANTA LUZ

228

15

0

1

244

NORTE - DELEG. DO CAPIM GROSSENCE

CAPIM GROSSO

552

32

3

0

587

NORTE - DELEG. DO OURO

JACOBINA

463

116

7

21

607

NORTE - DELEG. DO MINERIO

CAMPO FORMOSO

176

8

2

1

187

NORTE - DELEG. BAIXO MÉDIO SÃO FRANCISCO

UAUA

146

10

1

3

160

NORTE - DELEG. DAS ESMERALDAS

CASA NOVA

415

31

7

3

456

DIAMANTINA SUL - LAVRAS DA DIAMANTINA

SEABRA

436

77

12

14

539

DIAMANTINA SUL - DELEG. DA DIAMANTINA

PIATÃ

667

43

8

2

720

DIAMANTINA SUL - DEL. DA CHAPADA DIAMANTINA

MACAUBAS

106

15

1

1

123

DIAMANTINA NORTE - DELEG. DO FEIJÃO

IRECE

340

36

3

3

382

DIAMANTINA SUL - DELEG. DAS ORQUÍDEAS

MORRO DO CHAPEU

370

14

7

5

396

DIAMANTINA NORTE - DELEG. SÃO FRANCISCO

ITAGUACU DA BAHIA

413

56

11

10

490

SÃO FRANCISCO - DELEG. DA FÉ

PARATINGA

56

0

0

0

56

OESTE - DELEG. MEDIO SÃO FRANCISCO

IBOTIRAMA

336

0

0

336

OESTE - DELEG. DO RIO CORRENTE

SANTA MARIA DA VITORIA

162

1

0

1

164

TOTAIS

28.809

5.188

528

619

35.144

TOTAIS EM %

81,97

14,76

1,50

1,76

100,00

*aqui estão inclusas 10 urnas da região metropolitana onde nossa chapa não exerceu fiscalização.



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- Anistia Internacional denuncia farsa na Líbia

Anistia Internacional denuncia farsa na Líbia


Escrito por: Mário Augusto Jakobskind


O jornal britânico The Independent publicou relatório da Anistia Internacional inocentando regime de Muammar Khadafi e incriminando os rebeldes que têm o apoio da Otan, responsável pelo bombardeio diário na Líbia. Ou seja, todas as denúncias de violências supostamente cometidas pelas forças do governo Khadafi, amplamente divulgadas pela mídia de mercado, não se sustentam. Entraram no rol do esquema que antecedeu a invasão do Iraque com as tais armas de destruição em massa, que nunca existiram. Serviram para justificar a invasão e posterior ocupação.

E imaginar que as denúncias sobre estupros em massa ordenados pelo regime de Khadafi, emprego de helicópteros e armas proibidas contra a população civil não foram comprovadas pela Anistia Internacional, que já denunciou prisões arbitrárias em vários países, inclusive quando na Líbia, o país norte africano estava sendo aceito pelos países que hoje bombardeiam e matam civis, dá para imaginar como mentem os “justiceiros” do mundo.

Na verdade, a Anistia encontrou indícios de que em várias ocasiões, os rebeldes em Benghazi fizeram deliberadamente declarações falsas e distribuíram versões mentirosas sobre crimes cometidos pelo governo líbio.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, que visivelmente faz o jogo do complexo militar baseou todas as suas acusações a Khadafi em “informes” inventados pelos rebeldes, segundo a Anistia Internacional.

A mídia de mercado de todos os quadrantes ajudou, como de outras vezes, a dourar a pílula. Quer dizer, a farsa do Iraque se repete na Líbia. Os bombardeios diários da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que alguns canais de televisão denominam erradamente, por ignorância ou opção ideológica, de Aliança Ocidental, inventaram pretextos para intervir no país norte africano.

É inconcebível que esta prática se repita em todas as áreas do planeta onde há riquezas cobiçadas pelos Estados Unidos e demais países industrializados. E ainda pior: bombardeios inteligentes atingem alvos civis em nome de “intervenção humanitária”.

Espera-se que depois disso, a Organização das Nações Unidas, que deu o sinal verde para as ações contra a Líbia leve em conta o relatório da Anistia Internacional, ao menos o investigue de forma isenta, e mesmo reveja a posição adotada. Se não fizer isso e seguir dando pretexto para os bombardeios, a credibilidade da entidade vai à zero.

Que Barack Obama, Hillary Clinton, David Cameron e Nicolas Sarkozy, entre outros, façam isso, pode-se concluir que estão na verdade defendendo interesses econômicos, mas a ONU dando o aval é realmente desesperador.

O que teriam a dizer neste contexto a Presidenta Dilma Rousseff e seu Ministro do Exterior, Antonio Patriota? Afinal de contas, a Otan, com a chancela da ONU comete sérias violações dos direitos humanos. Ficar calado ou apoiar é na prática aprovar. Até porque, a própria Presidenta brasileira já deixou claro inúmeras vezes que se posicionaria onde se cometam violações dos direitos humanos.

Mas é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha estadunidense que bota a boca no trombone apenas contra países que não fazem o jogo da Casa Branca. A Arábia Saudita, governada por uma família real aliada de Washington, que viola diuturnamente os direitos humanos, não é condenada ou sequer citada pelos Estados Unidos, da mesma forma que a entrada de tropas sauditas no Bahrein para reprimir manifestantes é aceita como um fato normal.







- PSOL TEM PARLAMETARES ENTRE OS MELHORES DO BRASIL

por: professor Cardozo

Nossos parlamentares estão entre os melhores do Brasil, segundo o Congresso em Foco. É importante o povo reforçar e votar nos nossos companheiros que estão concorrendo: Randolfe, Ivan, Chico e Jean. A primeira parcial está assim:


O link é: www.congressoemfoco.com.br

Senado:

Cristovam Buarque (PDT-DF) 464

Eduardo Suplicy (PT-SP) 370

Randolfe Rodrigues (Psol-AP) 346

Paulo Paim (PT-RS) 294

Pedro Simon (PMDB-RS) 278

Lindbergh Farias (PT-RJ) 207

Ana Amélia (PP-RS) 147

Demóstenes Torres (DEM-GO) 135

Pedro Taques (PDT-MT) 135

Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) 96

Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) 95

Deputado:

Chico Alencar (Psol-RJ) 469

Jean Wyllys (Psol-RJ) 449

Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) 329

Ivan Valente (Psol-SP) 314

Luiza Erundina (PSB-SP) 227

Reguffe (PDT-DF) 181

Delegado Protógenes (PCdoB-SP) 162

Romário (PSB-RJ) 158

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) 149

Dr. Rosinha (PT-PR) 140

Marco Maia (PT-RS) 138

Aldo Rebelo (PCdoB-SP) 135

Paulo Teixeira (PT-SP) 125

ACM Neto (DEM-BA) 122

Henrique Fontana (PT-RS) 120

Erika Kokay (PT-DF) 119

Domingos Dutra (PT-MA) 107

Miro Teixeira (PDT-RJ) 99

Roberto Freire (PPS-SP) 99

Vicentinho (PT-SP) 86

Alfredo Sirkis (PV-RJ) 67

Carlos Sampaio (PSDB-SP) 59

Duarte Nogueira (PSDB-SP) 54

Cândido Vaccarezza (PT-SP) 54

Mara Gabrili (PSDB-SP) 43













- ROMÁRIO SUPREENDENTE!

por: professor Cardozo


O discurso de Romário sobre as desapropriações para a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil


O deputado Romário (PSB-RJ) acaba de fazer o seguinte discurso na Câmara, em Brasilia:

Senhor Presidente,

Nobres colegas,

Quem me conhece, quem acompanha minha atuação como parlamentar, sabe que eu, como milhões de brasileiros, estou na torcida para que o país realize da melhor maneira possível a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

É por isso, inclusive, que tenho demonstrado preocupação e cobrado publicamente explicações das autoridades para os atrasos nos preparativos para esses eventos.

Por outro lado, assim como vários colegas da Comissão de Turismo e Desporto, tenho procurado chamar a atenção para a necessidade de que esse processo seja conduzido com absoluta transparência, com espírito cívico, e também para que não deixemos em momento algum de ter em mente o legado desses eventos esportivos, isto é, o que vai ficar para a nossa população depois que o circo for embora.

Por isso, Senhor Presidente, é que venho acompanhando com apreensão as notícias sobre o modo como têm sido realizadas, em alguns casos, as desapropriações para a realização das obras. Há denúncias e queixas sobre falta de transparência, falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, no Rio de Janeiro e em diversas capitais.

Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos.

Isso é inadmissível, Senhor Presidente, e penso que esta Casa precisa apurar essas informações, debater esse tema.

Não podemos nos omitir.

Diante desse quadro, nosso país foi objeto de um estudo das Nações Unidas, e a relatora especial daquela Organização chegou a sugerir que as desapropriações sejam interrompidas até que as autoridades garantam a devida transparência dessas negociações e ações de despejo.

Um dos problemas apontados se refere ao baixo valor das indenizações.

Ora, nós sabemos que o mercado imobiliário está aquecido em todo o Brasil, em especial nas áreas que sediarão essas competições.

Assim, o pagamento de indenizações insuficientes pode resultar em pessoas desabrigadas ou na formação de novas favelas.

Com certeza, não é esse o legado que queremos.

Não queremos que esses eventos signifiquem precarização das condições de vida da nossa população, mas sim o contrário!

Também não podemos admitir, sob qualquer pretexto, que nossos cidadãos sejam surpreendidos por retro-escavadeiras que aparecem de repente para desalojá-los, destruir suas casas, como acontece na Palestina ocupada.

E, como frisou a senhora Raquel Rolnik, relatora da ONU, “Remoções têm que ser chave a chave”. Ou seja, morador só sai quando receber a chave da casa nova.

É assim que tem que ser.

Tenho confiança de que a presidente Dilma deseja que os prazos dos preparativos para a Copa e as Olimpíadas sejam cumpridos, mas não permitirá que isso seja feito atropelando a Lei e os direitos das pessoas, comprometendo o futuro das nossas cidades. Espero que ela cuide desse tema com carinho.

É hora, Senhor Presidente, nobres colegas, de mostrarmos ao mundo que o Brasil realiza eventos extraordinários, sem faltar ao respeito com a sua população.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

Niticiado por Juca Kfouri às 18:05.



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

- REDE GLOBO DECLARA GUERRA A CELSO AMORIM.

Por Rodrigo Vianna,

no blog Escrevinhador:


Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.

O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.

Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.

Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.

No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.

Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.

Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”

A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real).

Nada disso surpreende, na verdade.

O que surpreendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.

A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).

Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política.

Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo) e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim.

Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.

Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!

Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.

Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.

O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil.

O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso. A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.

Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.

Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.

O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha mídia.