segunda-feira, 29 de novembro de 2010

- Ritmo da mudança climática foi subestimado por cientistas

Por: Professor Cardozo

Londres, 25 nov (EFE).- O ritmo da mudança climática na última década foi subestimado por parte dos cientistas pela falta de dados da variação de temperatura no Ártico e pelas mudanças do sistema de medição da temperatura dos oceanos.

Assim afirma um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Met Office, Escritório de Meteorologia do Reino Unido, que ressalta que os últimos dez anos representaram a década mais quente registrada até o momento, e que a tendência do aquecimento se mantém.

Os meteorologistas britânicos reconheceram que o ritmo do aquecimento do planeta desacelerou nos últimos dez anos em comparação com a década anterior, mas atribuem às variações naturais do clima.

O relatório publicado às vésperas da 16ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16) em Cancún, no México, indicou que o período entre setembro de 2009 e setembro de 2010 foi o segundo mais quente registrado.

O Met Office divulgou que desde a década de 1970 o aumento da temperatura variou em média 0,16 graus centígrados por década, e que nos últimos dez anos esse aumento ficou entre 0,05 graus e 0,13 graus, dependendo da fonte consultada.

A assessora-chefe sobre mudança climática, Vicky Pope, declarou que a tendência do aquecimento se reduziu ligeiramente. "Ainda há uma tendência de aquecimento, mas não tão rápida".

"A pergunta é 'por que ocorreu'. É uma questão criticada com frequência por muitos céticos sobre a mudança climática", afirmou Pope, que garantiu que existem vários fatores.

Segundo a meteorologista, o clima tem um componente de variabilidade natural, que é somado às mudanças na força do sol, ao aumento das emissões de aerossóis na Ásia devido ao aumento da atividade industrial e às mudanças na quantidade de vapor de água na estratosfera.

Neste contexto, Pope ressaltou que "poderíamos estar subestimando o aquecimento", algo relacionado sobretudo aos problemas na exatidão das medições no Ártico, onde a comunidade científica concorda que o aquecimento foi especialmente rápido nas últimas décadas.

O Escritório de Meteorologia argumentou que a estimativa está ligada à mudança do sistema de medição das águas oceânicas, com a substituição das medições em navios pelas medições com boias à deriva.

Analisando as variáveis, o Met Office acredita que as temperaturas subiram 0,03 graus centígrados acima dos registros oficiais.

"Estamos começando a sentir mudanças no clima, inclusive no Reino Unido, supostamente relacionados com o aquecimento global. Estamos vendo mais ondas de calor e menos invernos frios", disse Pope. EFE

- Não haverá vencedores.

Por: Marcelo Freixo



Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar.


Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa. As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.

O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores.

Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.

Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática.

Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas?

É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.

Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza - onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna "guerra" entre o bem e o mal.

Como o "inimigo" mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da "guerra", enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual.

É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.

O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela.

Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente - com as suas comunidades tornadas em praças de "guerra" - não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.

Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

- GUERRA SUJA

Por: Professor Cardozo



RIO – Na noite de 13 de março de 1961, Jânio Quadros, Presidente, foi para a televisão anunciar a “reforma cambial”, exigida, imposta pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e negociada pelo ministro Clemente Mariani por meio da tragicamente famosa “Instrução 204”.

No discurso, Janio deixou clara a guerra suja do petroleo:

- “Há três anos a Petrobrás dispunha de meios para levar avante investimentos vitais para a nossa indústria petrolífera. Hoje, o seu empobrecimento é tal que se viu obrigada a apelar, um dia desses, a mim, Presidente, para empréstimo de meio bilhão de cruzeiros do Banco do Brasil, a fim de pagar compromissos atrasados”.

PETROBRÁS

No dia seguinte, vários jornais davam em manchetes “a falência da Petrobras”. O general Idálio Sardenberg, presidente da empresa até a posse de Jânio, ficou uma fera. Os jornalistas o procuraram na diretoria de material de engenharia do Exército, onde estava lotado:

- O senhor acha que as palavras do Presidente ocultam algum plano de destruir o prestígio da Petrobras e depois o próprio monopólio estatal?

- “Não. Não acho nada disso. A Petrobras está definitivamente consolidada e somente o jogo de influências estranhas poderá ameaçá-la”.

SARDENBERG

O general disse mais :

- “Quando eu era presidente da Petrobrás, li um trabalho da Shell sobre a sua expansão e entrada no Irã. Dizia a empresa anglo-holandesa que, entre as primeiras tentativas de exploração do petróleo do Irã e a exploração efetiva transcorreram 19 anos. Isso é muito tempo e revela uma persistência formidável da Shell. Acho que não devemos afrouxar nossa vigilância sobre o monopólio estatal. Devemos estar permanentemente alertas. E é com essa intenção que vou lançar um “Manifesto à Nação”.

Jânio mandou avisar ao general que, se ele lançasse o manifesto, seria preso. O general Sardenberg lançou o manifesto, foi preso. E estava certo em seus receios: 17 anos depois, Geisel abriu o Brasil aos contratos de risco para as multinacionais do petróleo. Dois menos do que no Irã.

PRÉ-SAL

Esta semana,o “Globo” publicou reveladora materia sobre o Pré-Sal:

1. - “A britânica BG divulgou que revisou as estimativas de volume recuperável de petróleo (que pode ser extraído) para três áreas localizadas na camada do pré-sal da Bacia de Santos, onde a empresa é sócia da Petrobras. De acordo com a companhia, as áreas de Tupi, Iara e Guará podem ter, juntas, reservas de 10,76 bilhões de barris de óleo equivalente (inclui óleo e gás). Em relação à estimativa média anterior, de 8 bilhões de barris para as três áreas, os novos números representam mais 34%”.

2. – “ Para chegar ao novo cálculo, a BG contratou a consultoria Miller and Lents, que teve acesso a todos os dados hoje disponíveis sobre as três áreas. Para Tupi e Iracema, a empresa estimou o volume recuperável de petróleo em 9,14 bilhões de barris de óleo. Até agora, as projeções apontavam para 5 a 8 bilhões de barris. No caso de Guará, onde as estimativas de reservas giravam entre 1,1 bilhão e 2 bilhões de barris, a consultoria avaliou as reservas em 1,62 bilhão de barris, ou seja, abaixo do cenário mais otimista. A elevação da projeção total das três áreas, portanto, deve-se à revisão mais otimista para Tupi e Iracema”.

BG-REPSOL

3. - “Caso as estimativas se concretizem e novas descobertas aconteçam, as reservas no Brasil da BG, sozinha, poderiam alcançar 5 bilhões de barris de óleo. A empresa tem 25% de Tupi e Iracema, ao lado de Petrobras (65%) e da portuguesa Petrogal (10%). Em Guará, a BG tem 30%, a Petrobras 45% e a espanhola Repsol 25%. A parte das reservas que caberiam à BG nas três áreas seria da ordem de 2,8 bilhões de barris.

O diretor financeiro da BG, Ashley Almanza, afirmou que as notícias positivas do Brasil levarão a companhia a aumentar a confiança em seu programa exploratório no litoral brasileiro, nos proximos anos”.

MAR NEGRO

A sintese das reservas já licitadas e as empresas no Pre-Sal é esta :

1. – “Tupi e Iracema – Área : 9,14 bilhões de barris. Consórcios : Petrobrás (65%), BG Group (25% e Petrogal (10%)

2. “Guará” – Área : 1,62 bilhão de barris. Consórcios : Petrobrás (45%), BG Group (30%) e Repsol WFP (25%).

3. - “Iara” – Área : 3 a 4 bilhões de barris. Consórcios : Petrobrás (65%), BG Group (25%0 e Petrogal (10%)

4. – “Parque das Baleias” – Área : 1,5 a 2,5 bilhões de barris – Não houve licitação. Tudo da Petrobras (100%).

5. - “Franco” - Área : 4,5 bilhões. Não houve licitação. É da União.

6. - “Libra” - Área : 3,7 a 15 bilhões.Não houve licitação.É da União.

DILMA E SERRA

Dilma dizia que, no governo Lula, a Petrobrás só adotou o sistema de “concessões e parcerias” para o petroleo até o Pré-sal. Com o Pré-sal, um “bilhete premiado”, tudo é no “sistema de partilha”. Mentira. A maioria do Pré-sal (mais de 10 bilhões de barris) já está com licitações de “concessão e parceria” da Petrobrás com empresas estrangeiras (Inglaterra, Espanha, etc)

Inacreditavel é









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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

- O MST que sai das urnas.



  1. Por: Professor Cardozo
Resultado eleitoral oposto no RS e PR revelou mudanças na percepção da questão agrária no País

O principal dirigente e ideólogo do MST, João Pedro Stédile, em seguida à vitória de Dilma Rousseff na eleição para Presidente da República, anunciou a elaboração de uma pauta de reivindicações a serem a ela apresentadas. Destacou o assentamento dos 100 mil acampados à espera de inclusão no programa de reforma agrária e a agilização das medidas relativas à erradicação do trabalho escravo. No dia seguinte, em sua primeira entrevista como presidente eleita, Dilma Rousseff mandou recado de volta: "Não compactuo com ilegalidade, nem com invasão de prédios públicos, nem com invasão de propriedades que estão sendo produtivamente administradas". Mandou recado, também, para o outro lado: "O MST não é um caso de polícia". E definiu como será por ela tratada a questão fundiária: "O País tem terras suficientes para continuar fazendo a reforma agrária". No fundo, a reforma será pautada pelos mesmos objetivos conservadores que a regulam desde o regime militar: converter os sem-terra em proprietários e assegurar-lhes renda suficiente.

Dilma confirma a distância que separa o governo petista e o MST, que é a distância do poder. No início do primeiro governo Lula, o MST, e a Pastoral da Terra que lhe deu origem, tentaram a estratégia da duplicação da política agrária; a sua, de um lado, e a dos compromissos do governo, de outro. O presidente do Incra, indicado pela CPT, tentou radicalizar a reforma agrária, desencontrando-se com as diretrizes próprias do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do governo. Lula foi rápido e claro: demitiu-o, nomeando para o lugar alguém identificado com as orientações governamentais e as razões de Estado. Dilma, agora, antecipa-se: antes de ouvir, já manda dizer o que está disposta a escutar e a fazer.

Mas sua opção deixa dúvidas quanto ao futuro do MST, cuja função histórica não pode ser subestimada. O MST, do mesmo modo que a CPT, deu direção política às lutas camponesas, antes perdidas e dispersas entre messianismo e milenarismo, de um lado, e banditismo rural, de outro. Ambos colocaram a insurgência do campo na pauta do Estado como questão política, retirando-lhe o estigma de questão policial. Mas, de vários modos, Lula trabalhou para esvaziar-lhes a função mediadora no conflito fundiário e na questão agrária. O golpe principal foi com o Bolsa-Família, que se tornou a solução mínima para o problema da pobreza rural no lugar do radicalismo da solução máxima preconizada pelo MST e pela CPT. Um de seus efeitos foi a atenuação dos ímpetos de reivindicação social no campo.

Os dados sobre os conflitos rurais, publicados pela Comissão Pastoral da Terra em 2009, indicam declínios significativos tanto nas tensões quanto na curva ascendente das reivindicações. Entre 2002 e 2009, o número de assassinatos no campo caiu de 43 para 24. Em 2003 e 2004, os dois primeiros anos do PT no poder, o número de ocorrências de conflito cresceu cerca de 50% em relação ao último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 2009, voltaram para quase o mesmo número de 2002. De 64 acampamentos no último ano do governo FHC, o número explodiu para 285, no primeiro ano do governo Lula, caindo para 36 em 2009. Um claro indício do MST atuando como grupo de pressão, o declínio indicando a ineficácia da tática e sua acomodação à oposta tendência do governo. Ao mesmo tempo, Stédile vem reiteradamente denunciando o governo Lula, do qual é aliado, por fazer uma reforma agrária aquém da de Fernando Henrique Cardoso e, poderia dizer, aquém da de José Sarney.

Uma indicação não menos importante das mudanças que, dentre outros temas, envolvem a questão agrária é o do resultado eleitoral oposto, nestas eleições, no Rio Grande do Sul e no Pará. No sul, o eleitorado colocou o PT no lugar do PSDB; no norte, colocou o PSDB no lugar do PT. São dois estados de agudo envolvimento do MST na luta pela terra e também estados marcados por dois episódios trágicos de violência entre as polícias militares e os sem-terra. No sul, em 1990, um soldado da Brigada Militar foi morto por um sem terra com uma foiçada num confronto entre os dois grupos nas ruas de Porto Alegre. No norte, em 1996, ocorreu a tragédia de Eldorado de Carajás, num confronto de estrada em que a Polícia Militar matou 19 acampados. Nos dois casos, o eleitorado mais amplo considerou o partido do MST um partido alternativo e não um partido imprescindível.

Embora tudo sugira que, por decisões do próprio governo do PT, a reforma agrária vem se tornando um tema menor na agenda política do País, há um elenco de problemas não resolvidos no âmbito da questão agrária. Sua inclusão na pauta de reivindicações sociais dependerá muito mais de que os dirigentes do MST consigam superar sua própria e notória alienação política do que das disposições do governo Dilma. À luz do momento, os equívocos e recuos são muitos, com a sujeição partidária da organização distanciando-a das possibilidades de transformação social que sua própria prática propõe.










sexta-feira, 5 de novembro de 2010

- Plínio afirma que preferiria governo Serra ao de Dilma

Por: Professor Cardozo


Plínio vê PSOL fortalecido após pleito


São Paulo – O quarto colocado na disputa presidencial, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) declarou preferir um governo de repressão a um de cooptação. Os termos foram usados por ele para definir, respectivamente, o que seria um governo comandado por José Serra (PSDB), candidato derrotado no segundo turno, e o que foi o governo Lula. As declarações constam de entrevista concedida à edição digital do Jornal do Brasil.

Plínio deixa claro que considera que um eventual novo governo encabeçado pelo PSDB "seria ruim também". Ele avalia que a gestão de Dilma Rousseff, eleita no dia 31, é "um horror", e que ocorrerá uma nova forma de mensalão. "No (eventual governo) Serra, temos a repressão, em Lula a cooptação", qualificou. "Acho mais favorável (para a esquerda) a repressão, que aliás já enfrentei. Mas é melhor porque a rep ressão unifica, as pessoas se unem, vão para as ruas", especulou.

O candidato Plínio avalia que seu partido sai fortalecido do pleito, por ter aumentado as bancadas federal e estaduais, conquistando a "hegemonia da esquerda". "O PSOL saiu unido, um partido de opinião pública. Ninguém duvida que o partido que faz oposição real é o PSOL, lugar que o PT já ocupou e que deixou vago", analisou.

O melhor momento da campanha eleitoral, na avaliação do promotor de Justiça aposentado, foram os debates. "Furei uma barreira de omissão, porque a estratégia da direita não se dirigia contra mim, mas contra o que eu falava, porque a burguesia, apesar da hegemonia em que se encontra, tem medo do povo. É um traço sociológico conhecido", criticou.

Ainda na entrevista, Plínio defende uma reforma tributária com taxação sobre grandes fortunas para garantir recursos suficientes para arcar com um salário mínimo de R$ 2 mil. O valor foi defendido na campanha eleitoral a partir do valor calculado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) como necessário para assegurar o preceito constitucional que estabelece o piso salarial nacional.

Plínio defendeu ainda o não pagamento da dívida pública. "Só aí, seria R$ 280 bilhões para isso (bancar o aumento do salário mínimo)". Ele promete nem passar perto do Palácio do Planalto, quando questionado se aceitaria algum cargo no governo Dilma. E ainda afirmou que o PSOL representa uma opção contra o regime capitalista, cuja "lógica interna é perversa, excludente por natureza e perpetuadora da desigualdade".