segunda-feira, 25 de maio de 2015

-SUSTENTABILIDADE EM REDE


Por Jeorge Cardozo

Uma das questões mais emblemática desse novo milênio é a busca do desenvolvimento sustentável, pois, trata-se de uma questão muito presente nas sociedades capitalistas contemporâneas. O tema tem sido usado até na publicidade de produtos dos mais diversos setores econômicos, desde indústrias de moda até instituições financeiras. Entretanto, a sustentabilidade é mais do que a aquisição de alguns hábitos paliativos. Para o desenvolvimento tecnológico, econômico e científico estar em harmonia com o ambiente é necessária uma profunda mudança de mentalidade e de hábitos. Veja, nestes tópicos abaixo, as mudanças que se impõem na busca pela sustentabilidade e os principais obstáculos para alcançá-la.

NOVA MENTALIDADE POLÍTICA

A participação política é a principal propulsora de mudanças sociais. A busca de uma sociedade sustentável pode, assim, ser favorecida pela descentralização das instâncias administrativas, que possibilita a proximidade entre o poder público e o cidadão.

NOVA MENTALIDADE NAS RELAÇÕES DE CONSUMO E PRODUÇÃO

A busca da sustentabilidade não altera necessariamente o ritmo das mudanças tecnológicas. A ideia é fazer a tecnologia funcionar como uma ferramenta do desenvolvimento humano em seus termos mais amplos, em vez de apenas alimentar a produção industrial e o mercado de consumo. Se, por custos muito parecidos, uma lâmpada poderia durar mais de 100 mil horas, por exemplo, por que o máximo atingido por ela são 10 mil horas de vida útil? Nos parece fácil responder tal questionamento, não é verdade?

NOVA MENTALIDADE NAS RELAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE

As mudanças nas relações políticas e nas relações produtivas podem incentivar o uso inteligente e sustentável dos recursos e o consequente equilíbrio das relações com o ambiente natural. No lugar da extração predatória de recursos para abastecer o mercado em constante expansão, poderá prevalecer o desenvolvimento de tecnologias limpas, baratas e focadas na reciclagem dos descartes.

NOVA MENTALIDADE NO USO DOS VEICULOS

O excesso de veículos em circulação pelas ruas de uma grande e média cidade é responsável pelo agravamento da poluição atmosférica e da poluição sonora, por congestionamentos, aumento da temperatura das regiões mais movimentadas e estresse. Aumentar o uso de trens nos transportes de passageiros e de cargas, além de ser mais eficaz nas quantidades, diminui os custos em todos os sentidos. Mais por que não se investe mais nos trens? Pergunte a Confederação Nacional dos Transportes.

NOVA MENTALIDADE NOS HÁBITOS DE CONSUMO

Um dos principais entraves das sociedades capitalistas na busca pela sustentabilidade são os padrões de produção e de consumo. A indústria cria necessidades de consumo cada vez maiores, usando o apelo da inovação. Para o cidadão comum, qual a real vantagem em trocar o modelo de um celular quase novo por outro, apenas porque a resolução de imagens em sua tela pode ser melhor que a do modelo anterior? Podemos responder: consumo alienado. O individuo de posse de um celular de última geração, se acha incluído na sociedade de consumo.

NOVA MENTALIDADE NA GESTÃO DAS CIDADES

Imagine um cidadão que mora a 10 km do local de trabalho. Suas necessidades de locomoção são as mesmas de uma pessoa que habita a apenas 2 km de seu trabalho? Nas grandes cidades brasileiras, a falta de planejamento é responsável por grande parte das dificuldades da população. Um cidadão que mora longe do trabalho e não tem metrô à disposição, se puder, vai optar pela compra de um automóvel, em vez de usar formas alternativas de transporte.

NOVA MENTALIDADE NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Os hábitos de consumo influenciam diretamente os padrões de produção e as relações de trabalho. Em alguns países onde a jornada de trabalho foi reduzida de oito para seis horas, por exemplo, muitos trabalhadores optaram por fazer duas jornadas diárias para alavancar seu padrão de vida, quando se esperava que as pessoas trabalhassem menos e tivessem mais tempo para sua vida pessoal, abrindo espaço para novas contratações.