Por
Jeorge Cardozo*
Todo amor é um portal aberto pra outra
dimensão: o inesplicado. O amor é uma verdadeira metáfora do tempo,
transformando, na maioria das vezes, pessoas sérias em assassino e assassino em
pessoas sérias, pois, o que temos diante deste gesto é uma metamorfose de
explosões cósmicas diante de nossos olhos. Costumamos dizer que o amor é o mais
belo dos sentimentos, como se ele, não fosse efêmero e, muitas vezes, passam em
nossas vidas como um relâmpago e, em outras, como uma eternidade, e isso não
deixa de ser verdade. Entretanto, existe algo hoje em dia, que descongela ou
afirma essa premissa: nossa juventude atual. Pra essa ‘galera’, o amor é uma
varinha de condão que descongela o sentimento no instante em que ‘ficam’ com
outro (a).
Pra essa ‘galera’ o amor é um sentimento que
tem sua efemeridade no instante que aparece outro (a), pra dar a tal da
‘ficada’, e cada pessoa que mergulha nessas efemeridades diversas, deixam um
novo ente, geralmente para os avôs criarem e, logo, saem atrás de outra
‘ficada’: cada um só encontra no amor, o que fez dele. Além disso, o
significado do amor muda com o passar de uma boca pra outra, pois, beijar na
boca hoje em dia, nas baladas é questão de disputa entre os jovens. Até aí,
tudo maravilhosamente bem, pois, quem não gosta de beijar? Eu adoro. O Problema
é a tal ‘ficada’, que, deixa um novo ente, geralmente pra os avôs aposentados
dar conta.
Variam, também, os níveis de percepção dessa
efemeridade do amor na atualidade. Isso acorre, na verdade, dentro de um novo
paradigma delineado pelos meios de comunicações de massa, em especial, a
televisão, com todas as suas artes: novelas, programas de auditórios adultos e
infantis, filmes e etc., com suas artimanhas que, até mesmo a classe média que
tem certo acesso ao conhecimento, não é capaz de perceber as dimensões
ideológicas delineada pela sociedade de consumo inteiramente insuspeitas para
os leigos. Da mesma forma, o amor efêmero tem se consolidado como forma moderna
de relação, caso hoje, pra dar trabalho ao judiciário amanhã pra fazer o
divórcio. Por isso, não caso, ficar e beijar na boca é muito melhor. Sem filhos
inesperado, claro.
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*Jeorge
Luiz Cardozo é professor universitário mestre.
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