segunda-feira, 15 de março de 2010

MANIFESTO DE APOIO A PRÉ-CANDIDATURA DE PROFESSRO CARDOZO

MANIFESTO DE APOIO A PRÉ - CANDIDATURA DE PROFESSOR CARDOZO A DEPUTADO FEDERAL NA BAHIA DA RESITÊNCIA.









O debate instaurado no PSOL acerca da campanha eleitoral de 2010 nos remete à necessidade de lançarmos o nome de PROFESSOR CARDOZO como o nosso pré- candidato a DEPUTADO FEDERAL pelos motivos que vocês verão logo abaixo e de revisitar alguns debates. Ao contrário do que muitos fraseólogos de esquerda afirmam sobre o caráter praticamente residual ou propagandístico da participação dos revolucionários nas eleições, a conquista do sufrágio universal e a possibilidade dos partidos operários apresentarem-se, foi saudada por Engels[1], como uma tática privilegiada, em especial no que se referiu à atividade do Partido Social-democrata alemão:





O IMOBILISMO DA EDUCAÇÃO, O CETICISMO E O ISOLAMENTO VOLUTÁRIO DOS PROFESSORES.



Apesar da traição da bancada de deputados no congresso nacional que se dizem defensores da educação na aprovação do piso nacional dos professores brasileiros, um piso irrisório de R$ 1.200,00, visto que as grandes maiorias que trabalham 40 horas, já recebem muito mais que isso. (O Congresso Nacional acabou de aprovar por maioria absoluta, um piso de R$ 3.500,00, para os policiais que digam de passagem, merecem, mas, porque o professor não foi contemplado com um piso parecido?), Esses deputados buscam subestimar a nossa inteligência e se dizem defensores da nossa causa, mas, na prática, só estão preocupados com seus status quo (mandatos), sendo que grande parte deles não são professores e não atuam na educação (Severiano Alves e Alice Portugal) são bons exemplos aqui na Bahia, desses parlamentares que, se utilizam da educação para se elegerem, mas, na prática, não tem qualquer vinculo com a educação. O primeiro é advogado de profissão assim como a outra, é bioquímica. Um erro histórico dos profissionais de educação, é o de subestimar a sua própria capacidade eleitoral, formadores de opiniões como nós somos, era para termos a maior bancada de parlamentares tanto nas Assembléias Legislativas, como no Congresso Nacional, em virtude do peso que temos, junto a própria classe, como junto aos pais, alunos e comunidade no em torno da escola. Mas, devido a nossa própria inércia ou incapacidade de entendermos a nossa luta, fazemos duras criticas ao modelo educacional vigente, ao salário medíocre que recebemos, as condições das nossas escolas, apenas nos corredores e não nos fóruns adequados de discussão como Sindicatos, Associações e Parlamentos onde nossa voz pode ser ouvida.



O segundo fenômeno é o ceticismo da população com a política. De certa maneira também é subproduto do primeiro, pois quando a educação, os movimentos sociais e populares fragmentam sua política em uma colcha de retalhos de demandas específicas (econômicas, culturais, etc.) os próprios governos acabam sendo representação do projeto político mais global. Evidentemente que a podridão do regime, as alianças da base do governo tanto federal com o Lula e o estadual com Wagner que tem feito alianças com o que há de pior na política e a corrupção descarada reforçam o ceticismo. Ainda assim, é importante compreender a dimensão contraditória do ceticismo do povo. A mídia e a classe dominante tratam de se utilizar da indiferença com as decisões políticas por parte da população para fazerem seus negócios às escuras. Mas, por outro lado, não é muito útil aos profissionais de educação socialistas revolucionários que haja uma referência na estabilidade do regime ou que este seja visto como algo positivo. A política do ponto de vista dos professores classistas é uma atividade de emancipação das amarras do Estado enquanto que a crença nas instituições do regime significa exatamente o oposto. Contudo, o regime segue forte e o governo dirige a estabilidade com um discurso que tem tanto de simpático para o povo quanto de reacionário ao convencer amplas massas de que o melhor cenário para a mudança é o “consenso”, o “diálogo” e outras variantes da conciliação de classes.



Como decorrência deste contexto, a principal tarefa é afirmar o PSOL, disputar a credibilidade e a viabilidade do projeto de superação do PT e do PSDB enquanto direção da classe trabalhadora. Para fazer isso, necessariamente precisamos responder aos dois fenômenos supracitados, ou seja, mais do que palavras de ordem de caráter sistêmico precisamos responder ao regime e ao governo neste momento. Nesse aspecto, o mais importante é a denúncia do regime através do tema da corrupção e um programa de governo antiimperialista, anticapitalista e de defesa dos direitos dos trabalhadores e do meio ambiente. Pois Lula/Dilma e seu PT insistem em errar e se apresenta como um candidato social liberal reforçando a idéia (seja petista, seja cética) de que não há viabilidade para o PSOL que não é verdade, pois, o governo do PT, falha no mais elementar para a população que é na Saúde, Educação, Moradia, Segurança e Infra-estrutura urbana. Como programa apresenta palavras de ordem abstratas que confortam a intelectualidade e animam uma minúscula vanguarda. Uma política que beneficia o grande capital, os banqueiros, o agro-negócio exportador e destruidor do meio ambiente que, gera o desemprego rural e, conseqüentemente, o êxodo rural e inchaço das grandes e médias cidades.



É preciso compreender que os professores, definitivamente, não nasceu para ser conselheiro de esquerda do PT e de seus aliados como tem feito à atual direção da APLB. Os professores precisam derrotar os parlamentares que se dizem nossos defensores, se utilizam do discurso da educação durante a campanha eleitoral e nos traem nos parlamentos na hora de votar os nossos interesses. Portanto, é preciso disputar os votos dos setores ligados a educação, para nossos candidatos que são nossos legítimos representantes e defensores de nossos interesses como classistas, pois, só assim, podemos deslocar (como foi em 2003, em 2005 e também na política sobre o piso salarial nosso aprovado que é uma vergonha) e buscar a liquidação de seu núcleo dirigente no sindicato que já estão lá à década e a longevidade no poder, trás vícios escusos. Sem essa premissa, disputar o poder no Brasil não passa de ilusão.



PROFESSOR CARDOZO A ALTERNATIVA DO PSOL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO, DO PROFESSOR E DOS PROFESSORES A ELA LIGADO.



Ainda que alguns se incomodem com tal afirmação, ainda não há notícias de nenhuma revolução socialista vitoriosa em um país democrático-burguês. A combinação de tarefas imediatamente democráticas com as tarefas socialistas é recorrente nas revoluções. Logo, é preciso fazer um debate sobre a possibilidade dos regimes burgueses em serem conseqüentes com as tarefas postas. O debate entre Rosa Luxemburgo e Lênin acerca das possibilidades da revolução alemã, entre o Partido de vanguarda e o Partido de massas, a bem da verdade, ainda não foi resolvido pela história. A busca por uma síntese é tarefa dos que lutam hoje pela revolução. Se for verdade que a história não se repete a não ser como farsa ou tragédia, também é verdade que as revoluções também não respondem a fórmulas prontas e modelos estanques.



No Brasil, um país que é marcado pelas “soluções por cima”, quais os limites da democracia burguesa? O PT ensaiou uma formulação de “radicalização da democracia”, mas não foi conseqüente por suas ilusões no Estado burguês e pela estratégia da conciliação. Mas será que está esgotada a necessidade de lutas democráticas com o esgotamento do PT? Opinamos que não. As mesmas oligarquias que negociaram as “soluções por cima”, hoje estão na base do governo Lula e se utilizam de diversos expedientes entre os quais a corrupção é um dos mais conhecidos. Se olharmos para a América Latina com Chávez, Correa e Evo Morales, ou mesmo o golpe em Honduras, mais ainda se reforça a tese de que não estão esgotadas as tarefas democráticas e ainda menos a utilização das eleições para um processo de empurrar a legalidade para o limite da ilegalidade, como na fórmula de Engels: “Só poderão levar a melhor sobre a subversão social-democrata, a qual neste momento vive de respeitar as leis, pela subversão dos partidos da ordem, a qual não pode viver sem violar a lei”. Faz parte desse programa a luta antiimperialista que deixe claro o lado que assumimos na América Latina em defesa do processo bolivariano.



Por isso, o programa que apresentamos não pode ser uma bela carta de intenções abstratas ou uma declaração de amor ao socialismo. Nosso trabalho consiste, fundamentalmente, em encontrar brechas na ordem para fomentar a superação desta ordem. Reformas substanciais em nosso país, não acontecerão sem combates duros e massificados. Lutar por elas não é iludir os trabalhadores de que possa haver um capitalismo mais humano, mas, essencialmente, desmascarar a classe dominante e seu sistema que não pode conceder para manter suas taxas de lucro. Contraditoriamente à verborragia socialista, as reformas propostas por Marina Silva e seu PV, assentam-se no chamado desenvolvimento sustentável capitalista ao invés de um modelo eco socialista de desenvolvimento que proteja de fato o meio ambiente e as pessoas e uma reforma da educação que busque valorizar o professor como sujeito transformador e não como alienado como fez o PSDB e, agora, o PT. Ou seja, confusas e recuadas frente ao que o PSOL acumulou (crítica do capital financeiro, corrupção, reformas sociais estruturais, etc.).



Justamente por essa falta de clareza estratégica e pelos inúmeros erros táticos como à aprovação desse medíocre piso salarial é que parlamentares como Severiano Alves e Alice Portugal, não pode ser porta-voz dos professores no congresso nacional nas eleições de 2010. Pois temos certeza que os objetivos da pré-candidatura de PROFESSOR CARDOZO a DEPUTADO FEDERAL são fundamentalmente de interesse da base de ser representada de fato por um parlamentar vindo da base e com uma história de luta pela educação e pelos profissionais a ela ligado.





UMA HISTÓRIA DE LUTAS.



Outro argumento recorrente para a efetivação e defesa da candidatura de PROFESSOR CARDOZO por parte do SETORIAL DE EDUCAÇÃO do PSOL é a sua história de luta. PROFESSOR CARDOZO é natural de Conceição do Almeida-Ba, é o quarto filho de um total de doze, aos onze anos veio estudar em Salvador, aos quatorze, já era do Grêmio do Colégio onde estudava, aos dezesseis, se filiou a Juventude do PT onde permaneceu até a eleição de Lula em 2002, com a ida do PT para o modelo social liberal, se desliga do mesmo, e, fiel aos seus princípios político ideológico, vai para o PSOL, já na Faculdade é eleito primeiro, para o Diretório Acadêmico e depois para o DCE, onde conquista o perdão para as dívidas dos estudantes carentes e a criação de um Crédito Educativo Financiado pela própria Universidade Católica que beneficiou mais de cinco mil alunos carentes. Ainda como estudante e trabalhando no comércio para custear as despesas pessoais, filia-se ao Sindicato dos Comerciários de Salvador e participa ativamente da reconstrução do mesmo e participa e ajuda a organizar a grande greve de 1985. Depois de formado em Filosofia, vai atuar na educação onde tem participação ativa em todos os movimentos de interesse dos professores e da educação. Em seguida, se especializa em educação e faz mestrado em Ciências Políticas e ajuda a construir o Setorial de Educação do PSOL e escreve uma série de artigos criticando a estagnada educação aplicada no Brasil e na Bahia e o desrespeito com que é tratado o professor e os profissionais a ela ligados. Portanto, a candidatura de Professor Cardozo a deputado federal, representa um grande fato para a classe e para a rediscussão de um piso salarial do professor que, de fato, esteja além da importância da classe. Evidentemente, isso pode ajudar na nossa luta no Estado e nos permitir um saldo político muito mais palpável do que tem feito Severiano Alves e Alice Portugal que não são educadores e, portanto, não conhece nossos anseios.



Por fim, o Setorial de Educação do PSOL indica e lança o nome do camarada PROFESSOR CARDOZO a DEPUTADO FEDERAL para representar o partido, o SETORIAL DE EDUCAÇÃO e, conseqüentemente, os profissionais a ela ligados nas eleições de outubro de 2010 na Bahia, por tudo que foi dito, por sua história de luta e por seu preparo profissional, acadêmico e de classe, Professor Cardozo é o nosso federal na Bahia da resistência.





Nossas condições são outras, mas não por isso devamos ter menos paciência histórica e habilidade política. Professor Cardozo é a representação das duas. E para que este projeto nosso de ter um verdadeiro representante no parlamento tenha êxito, é preciso que cada um de nós professores, coordenadores pedagógicos e demais profissionais ligados a educação faça a sua parte. E fazer a nossa parte não significa simplesmente votar não, é preciso muito mais. Temos que vestir a camisa, levar essa mensagem para cada sala, para cada escola, para cada amigo, parente, vizinho e, principalmente, trabalhar a importância que é ter representantes classistas no parlamento, pois, é lá que as coisas acontecem e não só nos corredores dos colégios. A nossa vitória é resultado da nossa luta ousar é lutar, ousar é vencer.



Professor Cardozo deputado federal! Em defesa da Educação e dos profissionais a ela ligados e por uma Esquerda Socialista e Democrática!







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[1] Prefácio à edição de 1895 de Luta de Classes na França, de Karl Marx.

[2] Nós devemos boicotar a Duma Estatal? Publicado em Janeiro de 1906 como um panfleto ao Comitê Central e à Junta do Comitê Central do Partido Operário Social-Democrata Russo.

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