Por: Professor Cardozo
Garantir a produção nacional do glifosato com redução de custo para a Monsanto foi o principal assunto da reunião realizada nesta terça (20/04) entre o governador Jaques Wagner, o prefeito Luiz Caetano e diretores da empresa. A discussão reflete não só a permanência da Monsanto em Camaçari, como a sobrevivência dos diversos fornecedores instalados no Pólo.
Atualmente, a Monsanto está sendo prejudicada com a concorrência dos produtos chineses. Segundo o diretor geral para América do Sul de Proteção de Cultivos, Ricardo Madureira, o quilo do glifosato, que em meados de 2008 custava U$ 13, caiu para cerca de U$ 2,80. A redução se deve à prática de restituição tributária do governo chinês, que concede 5% para o produtor que exporta glifosato para outros países.
“Se o governo chinês dá 5%, permite que o produtor venda a produção 3% abaixo do custo. Essa é uma medida protecionista para incentivar a produção local, mas a gente quer garantir que, no mínimo, a Monsanto tenha um equilíbrio nessa situação. Se o governo chinês dá esse tipo de incentivo, a gente pede uma compensação. Queremos uma tarifa anti dumping.”, pede Ricardo Madureira.
Considera-se que há prática de dumping quando uma empresa exporta para o Brasil um produto com preço bem inferior ao praticado no mercado interno. As medidas antidumping têm como objetivo neutralizar os efeitos danosos à indústria nacional causados pelas importações.
MEDIDAS - O governador Jaques Wagner disse que o Brasil não pode virar refém de produtos importados da China e lembrou que os acordos estabelecidos entre a iniciativa pública e privada devem ser confortáveis para os consumidores e produção nacional. Empenhado, ele pediu envolvimento da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e Confederação Nacional da Indústria (CNI) no caso.
O prefeito Luiz Caetano informou ter ciência do assunto e disse que há alguns meses tem se organizado com o Governo Federal para resolução do problema. “O mal funcionamento da Monsanto altera uma imensa cadeia produtiva do Pólo Industrial de Camaçari. Governos estadual e municipal estão apoiando este pleito”.
MONSANTO CAMAÇARI - A fábrica de Camaçari é a única do país na produção de matérias-primas à base de glifosato, ingrediente ativo do Roundup, herbicida utilizado para controle de plantas daninhas em pré-plantio das lavouras.
Com uma área de 631 mil metros quadrados, gera cerca de 1500 empregos diretos e indiretos. A maior parte dos funcionários são dos municípios de Camaçari e Dias D´ Ávila.
Do volume produzido na cidade, 85% são destinados à unidade de São José dos Campos (SP), responsável pela manufatura do produto final, e 15% exportados para fábrica de Zarate, na Argentina.
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