CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
Há uma Ciência Planetária para o desenvolvimento material e imaterial de qualidade: estrutura e dinâmica dos saberem locais e os saberes globais.
Paolo Orefice*
Tradução: Jeorge Luiz Cardozo**
RESUMO
Este ensaio pretende contribuir e responder a estas importantes perguntas: que investigação se necessita para o desenvolvimento? Que desenvolvimento se necessita para a investigação? De resto, o tipo de desenvolvimento de uma sociedade está diretamente relacionado com o tipo de saberes que este legitima, mantém e utiliza; destarte, estes saberes tem a capacidade de estruturar e orientar o desenvolvimento de certa sociedade em uma direção determinada. Na época histórica atual o desenvolvimento das sociedades se encontra suspenso entre os distintos saberes tradicionais e os saberes globais uniformes alimentados pelos conhecimentos científicos e tecnológicos dominantes. Pela crise da racionalidade cientifica moderna que sem duvida tem desempenhado uma função histórica fundamental, está afetando também a racionalidade e a concepção de desenvolvimento que ela mesma fomenta: uma racionalidade segmentada e auto referencial, neo ilustrada e neopositivista, que, trás saber elaborado em uma concepção de progresso como desenvolvimento linear e quantitativo das sociedades industrial do Norte e exportado para os países do Sul, resulta ser parcial e nada natural, e que segue a ética da primazia do primeiro mundo sobre os demais, incluindo a natureza. O eixo histórico contemporâneo consiste em haver erraigado, a escala mundial, uma epistemologia sustentada pela ciência e desenvolvimento alimentados por uma racionalidade complexa, auto-corretiva e empática, em que os saberes locais e os saberes globais se fundam em áreas do desenvolvimento material e imaterial de qualidade.
_______________________
*Coordenador Internacional do Projeto Interlinkplus. Catedrático de Pedagogia Social, Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Florença, Via Parione, 11B, 50123 Florença, Itália. E-mail: orefice@unifi.it
**Professor Mestre da Faculdade Dom Luiz/Dom Pedro II, Assessor Técnico da Secretaria Municipal da Educação de Salvador. Correspondência, Rua: Jornalista Maria da Ajuda Medeiros, 150, apto. 201, São Rafael – SSA/BA. E-mail: Jcardozo2009.1@gmail.com Blog: http://professorcardozodeputadofderal5013.blogspot.com/
1. CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO: QUE RELAÇÃO MANTÉM?
Minha conferência gira em torno da seguinte interrogação, que constitui um dos problemas que mais preocupa os que dedicam à investigação cientifica e o desenvolvimento nos países tanto do Norte como do Sul: Que investigação se necessita para o desenvolvimento? Que desenvolvimento se necessita para a investigação?
A experiência do trabalho internacional, tanto na Europa como na América Latina, assim como em outros continentes, no planeta constantemente fazem esta pergunta: cremos que a contribuição cientifica é fundamental para realizar programas avançados de melhoramentos das condições de vida das populações e para proteger os bens da natureza e das culturas.
Por suposto, nos cremos que a contribuição cientifica seria a preocupação de todos os problemas. Sabemos que há fatores que vão muito mais da possibilidade da ciência: os fatores culturais, políticos, sociais e econômicos podem determinar o fracasso de um programa de desenvolvimento cientificamente perfeito.
Se os embargos, os fracassos, as deficiências, as limitações de muitos programas de concepções de desenvolvimento não altera o caráter atual e problemático da questão: A concepção cientifica subjacente de muitos programas de desenvolvimento, mas fora dos fatores concorrentes e capazes de ativar os processos de melhoramento e de proteção? Também nos perguntamos: não poderia ser também que essa mesma concepção cientifica das disciplinas que conflui o desenvolvimento se além, implícita e explicitamente, com os fatores que freia e distorce o melhoramento da vida da gente e dos contextos em que esta transcorre sua existência? De forma mais explicita: é possível que a concepção mesma de desenvolvimento adaptado pela investigação cientifica no resultado benéfico para o homem e seus entorno?
É legítimo que se plante esta pergunta todo aquele que, como a investigação universitária, funda seu trabalho de investigação e o critério obrigado de avanço da ciência na dúvida metódica. Creio também existir um motivo muito mais prático e no plano menos importante, que a ilusão da função social do ensino universitário: posto que a formação dos profissionais do desenvolvimento passe por estudos universitários, é indispensável perguntar que concepção de desenvolvimento humano e territorial é tomada como referencia ao ensino universitário. Este problema tem um grande alcance, porque questionam o tipo de formação universitária confirmada os títulos de estudo, dos quais, por sua vez, legitima determinados tipos de ontologia profissional. Por conseguinte, a questão nos afeta solenemente as profissões especializadas em desenvolvimento, sentem as profissões intelectualizadas como Tales.
Não se caia no erro de pensar que a relação entre ciência e sociedade, subjacente a relação ciência - desenvolvimento é algo que interessa só aos países do Sul: Não é uma questão crucial que interessa a investigação e a formação das universidades de todos os continentes. Basta citar, um só para mencionar a perspectiva da União Européia, que no VII Programa Marco de Investigação Comunitária, a relação entre ciência e sociedade se considera fundamental o espaço europeu de conhecimento mais avançado “para o crescimento econômico, bem estar e meio ambiente”.
2. CONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO: UMA RELAÇÃO INSEPARÁVEL.
Para analisar o problema ainda falta declarar desde o princípio que toda ação de desenvolvimento local, nacional, transnacional, independentemente dos objetivos que se marca, baseia-se nos conhecimentos dos atores que a realizam.
Resulta evidentemente que, se observarmos como se desenvolve a vida em uma Aldeia Esquimó tradicional – as formas de vida estão concebidas para suportar as altas temperaturas, as vestes servem para proteger do frio intenso, a alimentação é à base de gorduras, a economia se concentra na caça e na pesca para produzir a energia necessária para a comunidade local. Cito somente os exemplos mais ilustrativos não se pode decidir que este sistema já nascido e se consolidado por causalidade, sendo este, fruto de idéias, conhecimento, saberes, reflexão, que tinha sido selecionados e transmitidos de geração em geração e eixo micro social. Da mesma maneira, se observarmos uma grande cidade industrial, nos daremos conta de que os raciocínios são capazes de alargar em pouco espaço uma enorme quantidade de oficinas e vivências, as fábricas possuem uma maquinaria potente controlada por computadores sofisticados, a rede de metrô translada a grande velocidade circulando de um lado a outro da cidade, os pontos estão abarrotados de transeuntes, com supermercados e auto - serviço de todo tipo, que nos indicam que o modo de viver e de produzir é possível e segue sendo porque a sociedade que eu creio e a agente que utiliza os serviços de um patrimônio de conhecimento, que foi que deu origem a este modo de viver e de que é permitido seguir existindo.
Com estes exemplos é possível defender os postulados seguintes:
1 – O modo de ser das sociedades e o modo de viver da gente não são frutos da causalidade, independentemente das gerações que havia adaptado este modo de viver e o siga adaptando, sendo que as tradições em termos de cultura material e imaterial, de todos os saberes legitimados e tolerados dentro da mesma sociedade.
2 – A origem de um determinado assentamento humano se deve a determinadas formas de conhecimento humano, que resulta indispensável para sua conservação e para qualquer troca em seu interior.
3 – Os conhecimentos que sejam possíveis à manutenção e também a troca de um sistema de vida em um território determinado não são sempre os mesmos e se distribui de forma distinta em um tempo e no espaço.
Retomando os exemplos anteriores, resulta fácil entender que os conhecimentos usados em uma aldeia esquimó são próprios de uma cultura tradicional local, meninas que em uma cidade industrial se usam os conhecimentos da cultura cientifica e tecnológica, que se impôs a importar na Europa na época moderna.
4 - O tipo de sociedade e o tipo de vida de uma população expressam a forma, os modos, os êxitos de desenvolvimento de cada sociedade e de seus habitantes; em geral, toda sociedade expressa seu próprio desenvolvimento, e decide seu modo de realizar, independentemente do juízo que se atribui. Não existem sociedades desenvolvidas e sociedades não desenvolvidas, sim sociedades desenvolvidas de uma maneira ou de outra. Não há sociedades que não tenha seu próprio modo de desenvolver-se. De esse modo desenvolver-se está determinado historicamente e está presente em seu processo evolutivo. Se estudarmos esse processo verá como nasceu essa sociedade, como se consolidou, como se conserva e por último, como vai decaindo para dar lugar a outro processo de desenvolvimento de uma nova sociedade. Portanto, o desenvolvimento de uma sociedade corresponde a seu ciclo de vida.
5 – Se chega à conclusão de que o tipo de desenvolvimento de uma sociedade é a relação direta com o tipo de saberes que utilizam e que estes têm a capacidade de estruturar e orientar o tipo de desenvolvimento de uma sociedade. O ciclo de vida de uma sociedade está estreitamente ligado ao ciclo de vida dos saberes que alimenta: a aparição destas marcas é o nascimento da sociedade, a consolidação destas, conserva a sociedade, a superação destas, marca a decadência da sociedade. Obviamente, dado que a relação se da em ambos sentidos: a sociedade também julga um papel fundamental, na medida em que recebe e mantém os saberes que necessita e aleija e rechaça aqueles que podem por em perigo.
3. O DESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES ENTRE O SABERES LOCAIS TRADICIONAIS E OS SABERES GLOBAIS ALIMENTADOS DOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS MODERNOS.
Se observarmos as sociedades nacionais e locais do Sul e do Norte do mundo, veremos que a relação entre conhecimento e desenvolvimento se divide em sem fim de relações, que – simplificando a máxima, pese a todas as limitações de macro classificações – se podem agrupar em três macros tipologias:
- Em um extremo nos encontramos as sociedades tradicionais fundadas exclusiva e principalmente em saberes de culturas locais ou regionais: por exemplo, as aldeias da Amazônia, cujo desenvolvimento se rege por sistemas de saberes orais, as comunidades humanas da micronésia, donde as culturas locais e seu desenvolvimento estivessem sido afetados por saberes do turismo global.
- Em outro extremo está às sociedades de recente formação, cujo desenvolvimento está fortemente governado por saberes da cultura cientifica e tecnológica mais evoluída de hoje: por exemplo, os novos assentamentos de sociedades urbanas construídas com uma geometria social completamente nova, como Brasília.
- O centro e os lados nos encontramos um conjunto infinito de relações entre saberes antigos com desenvolvimento social e econômicos tradicionais e novos saberes disciplinados com um desenvolvimento pós industrial que dar viés a sociedades muito diversas: desde sociedades com uma forte cultura tradicional muito valorada em um desenvolvimento econômico e social endógeno e sustentável (por exemplo, a sociedade presente na região de Toscana e seus em tornos, na Itália), as sociedades que nos da valor socialmente, desde que se perda o patrimônio cultural do território a favor de formas de desenvolvimento moderno não sustentável endógeno (por exemplo, as de cidades periféricas de grandes cidades tanto do Norte como do Sul do mundo, caracterizadas, em maior ou menor escala, pela urbanização selvagem, pela economia de sobrevivência, o anonimato e a exclusão social).
Em este contexto o problema que saberes para que tipo de desenvolvimento e que tipo de desenvolvimento com que saberes? Face alusão aos saberem utilizados, e sem as tradições científicas, locais e globais.
4. O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE GLOBAL SEGUE OS SABERES DO RACIONALISMO LINEAR.
Começamos com a crítica e as possibilidades dos saberem científicos e as tecnologias derivadas deles. Existem concepções cientificas e práticas que fomentam os desenvolvimentos típicos de sociedades industriais, estas se encontram atualmente em uma fase de crises profunda a nível mundial: por exemplo, somente, pensamos em os graves danos ao meio ambiente e no caso desigual (por exemplo, entre o Norte e Sul) e a instabilidade dos recursos do planeta e na alteração do equilíbrio ecológico que, durante milhões de anos, é permitido conservar a energia necessária para a manutenção da vida dos homens e das mulheres, dos animais e das plantas. Pensamos também nas novas enfermidades que se está propagando rapidamente nas sociedades ricas do Norte e que está afetando também as camadas mais abastadas do Sul (como as enfermidades nervosas e psicossomáticas derivadas do estresse e da perda do sentido de pertinência das enfermidades circulatórias e os tumores) induzidas – como se havia demonstrado nos estudos internacionais – por modelo de desenvolvimento baseado na acumulação desenfreada de bens materiais. Pensamos também nas novas pandemias da atualidade: desde os milhões de pessoas que morrem anualmente em acidente, no tráfico, com a AIDS, que elimina milhões de homens e mulheres em todos os países pobres, um grande número de pessoas que perdem a vida em acidente de trabalho e a mortalidade infantil, que alcança cifras intoleráveis no Sul do mundo.
Este desenvolvimento devora os recursos sustentáveis do planeta, gerando graves desigualdades entre Norte e Sul e conflitos entre distintas regiões e culturas às vezes inclusas o sonho de uma mesma região, levando a degenerar a violência e guerras. Portanto, é legítimo perguntar-se em que medida a prática deste tipo de desenvolvimento está relacionado com sistemas de saberes fortes, os mais legítimos, que tem uma incidência maior na estrutura do poder e se consideram a si mesmos como racionais e objetivos, pelo que em realidade é expressão de interesses e de perspectiva de uma parte e, portanto, não são capazes de interpretar e de aceitar a independência do fenômeno completo, mostrando-se incapazes de resolver problemas globais, que ao final acabam rebatendo contra os mesmos portadores destes saberem fortes.
A concepção do desenvolvimento entendido como crescimento quantitativo ilimitado das sociedades industriais do Norte e dos cuidados do consumismo mais atendidos a elas, que no Sul do mundo gera pobreza e discriminação no acesso a bens e recursos e, portanto, um desequilíbrio político, social e econômico, está intimamente ligado a uma concepção cientifica moderna epistemologicamente absoleta: uma funciona graças à outra e vice versa, se completando entre si.
Estudar este tipo de relação não é luxo exclusivo de investigadores do mundo acadêmico, sendo que é uma obrigação civil e profissional de todos os responsáveis, a qualquer nível, de estratégias e de práticas de desenvolvimento material e imaterial local, nacional e transnacional: os atuais processos de globalização de esferas cada vez maiores da vida dos homens e das mulheres atuais não são imunes ao problema que acabamos de expor. E mais, se há de dizer claro que um dos riscos históricos de nossa época é a difusão em escala planetária de um modelo de desenvolvimento cultural, social e econômico alimentado pelos paradigmas de uma ciência que, por muito avançada que está tecnologicamente, e co-responsável pela crise que está atravessando a terra – uma crise sem precedentes desde que aparecera a espécie humana a milhões de anos.
Falaremos somente algumas das relações mais significativas. Quem quiser aprofundar pode fazê-lo através de bibliografia. E nesta ocasião nos referimos sobre toda a concepção da ciência demonstrativa nascida da cultura européia moderna, ainda dominante no mundo, que tem sido duramente criticada pela epistemologia contemporânea, sim, pelo elo que se deseje reconhecer a importância que ao longo da história tenha tido essa compreensão do mundo e em seu nascimento da raça humana. Está se fazendo uma crítica da ciência que defende solução mais avançadas de conhecimento cientifico capazes de dialogar e debater com as formas de saber tradicionais não menos fácies, concebidos por sociedades milenares situadas no oriente e no ocidente da Europa.
A primeira crítica se dirige contra uma ciência incumbida da sua lógica de corte racionalista ilustrativa e positivista, que a engendrada na ideologia na fé, na razão absoluta como parâmetros único e indiscutível de progresso e civilização. Logicamente, nada é tão ingênuo ou cego como para nos apreciar as enormes vantagens que os saberes científicos nos permitem e nos seguem permitindo alcançar em os distintos campos da vida humana desde o nascimento da ciência moderna até nossos dias. Também é compreensível que examinemos a “Razão Laica” como forma de interpretar o mundo e mover-se como reação a cultura medieval européia, em que a ciência era fundamentalmente declarativa, se baseava no princípio de alteridade e estava dominada pelo pensamento filosófico dedutivo, que pretendia por si só explicar sistematicamente o homem, o mundo e o universo. Não desejo de maneira alguma diminuir a importância da razão e da investigação cientifica, nem muito menos o desenvolvimento das sociedades. Pelo erro do racionalismo europeu moderno, cometido pela investigação cientifica e transmitidos às sociedades atuais das tecnologias e profissões, e que apresenta limitações inclusive em seus êxitos mais destacados; limitações que há quando perfeitamente presentes em seus mais de quatro séculos de aplicação.
O enfoque disciplinador empírico e experimental propiciado no nascimento e no desenvolvimento dessa enciclopédia extremamente ampla e em crescente expansão que é a ciência moderna: a investigação cientifica estuda âmbitos e setores cada vez mais específicos da realidade, tanto dentro como fora de nosso mundo. Para construir disciplinas e conhecimentos especializados, a investigação cientifica está pagando um preço muito alto, em termo de ampliação da objetividade de concepção de desenvolvimento de nosso planeta.
Seguindo os enfoques lineares das disciplinas, tende a segmentar a realidade, em nosso caso, o desenvolvimento, é a de considerar erroneamente como objetividade última de que está no solo da objetividade do segmento, que se estuda fora de seu contexto. Daí surge à visão exclusivamente economicista do crescimento e das teorias e das práticas de desenvolvimento, que incorre em erro de confundir a capacidade produtiva e a qualidade de vida e os entorno: a qualidade do desenvolvimento do meio ambiente e do homem a de ser tratada por disciplinas e teorias que estudam o bem estar de toda a população e da natureza e seu delicado equilíbrio.
Do mesmo modo, os enfoques especializados e reducionistas que mantêm separados entre si as distintas disciplinas e encerra a teoria e a prática em compartimentos analíticos que não é precisamente neutra: de resto, ao outorgar um valor geral destacando-se claramente a favor de um ponto de vista setorial, que, por muito importante que possa ser, nos da uma imagem distorcida da realidade, na luta, a troca, está constituída por mais setores inter-atuantes. No caso do desenvolvimento de um território que conta com uma sociedade humana determinada e um ambiente natural especifico, deixa legitimação cientifica nos leva, por exemplo, cremos na ilusão de que uma intervenção urbana, incluso si for proporcional ao contexto da vida da gente, basta por si só para frear o desenvolvimento (e não se questiona em absoluto a necessidade de construir casas, escolas, hospitais, carteiras e demais), o que uma intervenção do tipo econômico, por mais necessária que resulta para viver, resolva por si só os problemas da gente, o que uma ação social e educativa dispare por si só o desenvolvimento (que aumente a formação dos jovens, da educação dos adultos e dos serviços sociais indispensáveis). Todos sem exceção crêem que o desenvolvimento está formado por casa, trabalho e escola e se dedem em estes três setores (pelos outros setores iguais e indispensáveis, como a saúde, a liberdade, a boa administração, etc.) e são necessidades fundamentais para a vida da gente ser digna, tanto no Norte como no Sul.
Se posteriormente intentamos ver o grau de objetividade existente na racionalidade geométrica, analítica, que observa o dato a distância, desumanizando e medindo com o otimismo frio da razão separada, nos damos conta de que por um excesso de confiança para resolver séria e coerentemente um determinado problema humano: a leitura de um episódio da vida desde fora, saindo de seu contexto para explicar e experimentar soluções em uma situação parecida a de um laboratório, construída artificialmente, oferece um grau de objetividade facilmente criticável, e que está fora de contexto. O ser vivo, troca segundo este ambiente e de seu contexto.
A questão do contexto não se considera como um critério discriminante para poder haver deduções objetivamente válidas, porque a razão reducionista trata a realidade vivente como um objeto e não como um sujeito. Esta queda claramente demonstrada nas ciências humanas e mais em geral, nas ciências da vida: pensemos na interpretação de um fenômeno social e cultural embasado em variáveis e indicadores concebidos por uma mente de investigação sem perguntar se estas estão presentes e si são significativas para os indivíduos que vivem deste fenômeno social e cultural. É assim com a ciência, com todos os cânones de sua sagrada objetividade, pode levar a discriminação e injustiça, construindo interpretações que não se corresponde com as vivências reais e afetivas dos atores do episodio observado. De resto, há que acelerar onde está à base epistemológica da objetividade cientifica: está na garantia de validade dos procedimentos adaptados pela investigação, independentemente do ponto de vista do sujeito estudado, e, portanto, está todo o elo em um ponto de vista do investigador. O que não faria falta perguntar em que medida o ponto de vista do sujeito investigado e dar uma expressão interpretativa, que, em definitivo, constitui o autêntico dado da realidade que tem ante si o investigador.
Em as ciências da vida biológicas se põem de manifesto e equivoco da racionalidade objetiva do observador cientifico. O eixo de tratar como um objeto a sua disposição a qualquer ser vivo e manipulá-lo a seu gosto é que o investigador incorre em falsidade cientifica: falsifica a interpretação da realidade porque da uma imagem do ser vivo como uma coisa, uma quantidade composta por pena, e fazendo esta interação entre si; e decidir, um objeto que pode desmontar e montar a seu gosto, perdendo por completo a visão de conjunto, e os nexos vitais, das forças energéticas que é igual e importante explorar para entender a natureza da vida e os equilíbrios entre os seres vivos. Esta concepção quantitativa, setorial, reducionista de uma objetividade criticável também se põe em manifesto em o estudo e em tratamento da matéria inerte: até que ponto o descobrimento dos processos químicos e físicos que formam o mundo material, autorizam a ciência, a decidir, a conhecimento humano considerado mais evoluído, a modificar o seu gosto esses processos, produzindo materiais artificiais causando danos ao homem e para o equilíbrio da terra? Pode-se clamar esta ciência, e decidir, um conhecimento capaz de apreender as leis internas da natureza, explica-la e de respeitá-la? Basta citar o caso das numerosas contaminações que está criando danos gravemente ao planeta e seus habitantes.
E que não se diga que o erro não está na investigação cientifica, que é neutra, como também e a racionalidade cientifica, em seu uso impróprio que ela herda da sociedade através de uma má aplicação tecnológica. Uma vez mais, nos encontramos com uma concepção de cientificidade segundo a qual a objetividade se consegue com a “razão segmentada”, que pretende atribuir a um segmento da disciplina e valor do todo, obviamente, portanto, a interpretação de conjunto, que, pelo contrario, nos ofereceria uma explicação completamente distinta do segmento da realidade estudada: a final de contas se trata de uma racionalidade reducionista de tipo formal (o cumprimento das regras e da lógica) que renuncia aos vínculos da explicação situacional (como está colocado esta realidade o mundo em seu conjunto e quais são as relações que o fazem assim) e termina por não conhecer a realidade com sua destrutiva neutralidade, que em realidade com suas regras completas, encarcerada em sua destrutiva neutralidade, que em realidade e uma tomada de postura parcial em nome de uma ciência sem consciência, e decidir, de uma razão manca.
Este é um problema de peso que tem torturado as mentes de grandes cientistas como Einstein durante todo o sigilo passado frente aos nefastos efeitos da manipulação da matéria sobre o equilíbrio do planeta e da vida de milhares de milhões de seres vivos.
Pese a que as questões aqui colocadas sobre a relação entre conhecimento cientificam e utilização do planeta é só uma introdução ao problema é necessário ser tratado com mais profundidade, se pode descer sim ao lugar dado, que a crise da racionalidade e da concepção de desenvolvimento que dela se deriva: uma racionalidade auto-referencial, neo-ilustrada e neo-positivista que, depois de haver elaborado a concepção de progresso como desenvolvimento linear e quantitativo em todas as sociedades industriais do Norte e quererem exportá-lo a outros países do Sul, resultam ser parcial e nada natural, e que persegue a ética da primazia do primeiro mundo sobre todos os outros.
5. HÁ UMA EPISTEMOLOGIA SUSTENTÁVEL NA CIÊNCIA E NO DESENVOLVIMENTO: A BUSCA DE PARADIGMAS NA RACIONALIDADE PLANETARIA.
A esta altura da analise, a relação entre ciência e desenvolvimento nos leva ao cerne da questão: que racionalidade pode adquirir a ciência em um mundo planetário, em que a crise da ciência ocidental está relacionada com as razões dos saberes de outras sociedades e culturas? Que desenvolvimento as sociedades contemporâneas pode conceber e praticar a ciência se ela mesma está falando do peso histórico a um mundo pós-moderno em busca de uma humanidade inteira e por tanto, um humanismo que defende os deveres e os saberes do homo sapiens como tal, não considerado antropocentricamente, sendo uma parte integrante do mesmo sistema de vida na terra e do espaço que a cerca?
Ao lidar com esta interrogação, o debate sobre passa das fronteiras da ortodoxia acadêmica, ancorada em uma ciência conservadora: em as comunidades intelectuais mais investigadoras de distintas culturas e sociedades, entre os representantes das tendências cientificas e ideológicas mais divergentes e com a bagagem de investigação e de cooperação internacional mais variada possível se está produzindo um profundo replanteamento da sustentabilidade epistemológica do conhecimento que possa definir como objetivo e por tanto, cientifico, considerado em seu conjunto e articulado em o pelame de saberem disciplinados. Este replanteamento, por reflexo, nos leva a perguntarmos também pela sustentabilidade e pelas concepções de desenvolvimento humano e das sociedades locais, nacionais e transacionais que o conhecimento mais avançado pretende fomentar.
Pode-se introduzir este amplo debate internacional resumidamente através de alguns paradigmas inovadores da investigação epistemológica contemporânea, que definem os atributos de uma racionalidade digna de escala planetária: entre eles, a racionalidade completa, a racionalidade autocorrigivel, a racionalidade empática.
A RACIONALIDADE COMPLETA
Por que se refere à complexidade da realidade, desde a micro realidade de cada ser vivo a macro realidade do mundo global e mais além, e sobre o tema de complexidade dos enfoques e dos saberes para elaborar uma explicação fiel da realidade e introduzir trocas coerentes, a bibliografia internacional está consolidada e os pontos de referencia estão reconhecidos. Compartimos do critério epistemológico da “ampliação da cientificidade”: a objetividade cientifica se deve não a demonstração de uma tese concreta de um segmento de disciplina, segundo a capacidade dessas teses de embarcar em um conjunto de variáveis que constituem um fenômeno com múltiplas facetas e de aportar uma contribuição significativa à resolução do fenômeno em seu conjunto. Estamos vivendo a transição da cientificidade reducionista da cientificidade completa, que, em alguns aspectos é a realização da primeira e em outros, sua extinção: segue existindo a necessidade de comprovar pontualmente determinados aspectos da realidade examinada por ramas especifica de uma disciplina, pelo o que se ande a comprovação cruzada entre os demais aspectos e as respectivas disciplinas de referencia.
O enfoque integrado do conhecimento, que há dialogar a saberes disciplinares distintos sobre problemas complexos e capazes de oferecer uma interrogação objetivamente confiável e, por conseguinte, se mostra múltiplas chaves capazes de resolver sinergicamente tanto as partes como o conjunto do problema. O componente setorial estudado e a disciplina competente do caso, não perdem valor, sim o que ganha: de resto, sua autonomia de significado e de estudo não menos cabe sua justificação com processos auto-referencial (que, como se sabe,são nós mesmos culpado dos devaneios do especialista como disciplina absoluta e dos graves desequilíbrios do desenvolvimento concebido e praticado unilateralmente), sendo que adquirem um valor danado em sua capacidade de oferecer uma contribuição indispensável que se funde com as demais e dos outros aspectos do problema, como no caso do enfoque interdisciplinar do desenvolvimento integrado de uma sociedade local. Nesse caso, se desmontam os aspectos constituintes do problema do desenvolvimento do território como conjunto em que se entrelaçam distintos aspectos da vida e da população no entorno, e se reconstrói em uma leitura integrada de diversos aspectos: partindo desta base, as disciplinas há de elaborar juntas respostas integrada e total do desenvolvimento da sociedade humana e do meio ambiente de um território determinado. O principio da hierarquia dos saberes disciplinados, que enriquecem alguns, desacredita e exclui outros, acabam substituídos por princípios de complementaridade das partes de cada disciplina, donde, si tem que saber um primado, este será para as teorias disciplinares e das metodologias de atuação que melhor logrem conexões com outros saberes e com outras ontologias profissionais e de atuação.
Por tanto, a ciência completa é uma ciência cooperativa: se alimenta das trocas e dos préstimos entre as disciplina, não é egoísta nem auto-defensiva com o que adquire de cada disciplina, pelo contrario, intenta estabelecer novos laços entre os setores disciplinados, entre sua teorias, entre seus enfoques científicos. É um critério epistemológico que constitui sua cientificidade, a qual se alimenta das cientificidades parciais das disciplinas, e das quais confere um maior nível de confiabilidade cientifica através da aliança interdisciplinar. A ciência completa supõe o abandono definitivo da concepção do saber cientifico encarregado da disciplina como análise separada para abrir a capacidade de fazer uma síntese interdisciplinar da realidade completa.
A RACIONALIDADE AUTO-CORRIGÍVEL.
Esta capacidade que adquirem as teorias e os enfoques de relação para poder explorar um mundo que cada vez se mostra mais interconectada e interdependente modifica o paradigma da ciência moderna fundada sobre a certeza da coisa cientifica e por tanto, sobre a estabilidade da ordenação disciplinaria. Uma disciplina que se permite participar dos processos de análise e de síntese da complexidade da realidade termina por considerar muita sua ordenação interna e admite que possa ser superado por teorias o enfoque disciplinar mais abertos e adequados para ler a nova realidade interconectada. Por tanto, é suscetível de desaparecer cientificamente o sobreviver como uma forma de conhecimento residual e por onde, estéril, se não é capaz de trazer uma nova ordenação disciplinar que formule seu objeto de estudo e a metodologia para estudá-la. A ciência completa é parte da ciência auto-corretiva.
Cada dia que passa os novos cenários da globalização interconecta mais os fenômenos do meio ambiente, social, cultural e econômico em escala mundial, mas também a saúde, os fenômenos ligados à educação, a ordenação territorial. A globalização obra, ademais, profunda das trocas em esquemas mentais e de forma mais geral, em a psicologia dos jovens e dos adultos, tanto ao nível individual como coletivo através de novas Tecnologias de Informações e de Comunicações, que envolve a vida dos habitantes do planeta em uma rede cada vez mais tépida: solo da ciência e das disciplinas individuais que logram corrige-se a si mesma e poder um dia para manter ao passo esta nova revolução dos esquemas da realidade contemporânea, conseguir manter e potencializar sua grande cientificidade e oferecer conhecimentos mais avançados e mais adequados para governar as profundas trocas que estão produzindo.
Em um panorama assim, as marcas das fronteiras entre as disciplinas desaparecem, se reduzem às distâncias entre os conhecimentos próprios de cada disciplina, antes incomunicáveis, e que tem que tratar problemas contínuos (pensemos, por exemplo, em como se entrelaçam o desenvolvimento cultural, o desenvolvimento educativo, o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social). Incluso a tradicional separação entre ciências tradicional e ciências dos homens desaparece criando postulados para uma epistemologia única capaz de reconstruir conjuntamente as bases interpretativas do homem e da sociedade (pensemos na indispensável visão integrada de desenvolvimento material e desenvolvimento imaterial de um território).
A crescente influência entre fenômenos distintos obriga as lógicas disciplinares consolidadas e ancoradas em análises intocáveis de romper a seguridade dos esquemas racionais e deixar que estes se contaminem por outros pontos de vista e nas trocas de conteúdo e métodos. A ciência auto-corretiva obriga a inverter a tendência das disciplinas estacadas e os setores incomunicáveis de uma mesma sociedade própria da epistemologia tradicional, que por sua vez defende uma cientificidade mais aberta à continuidade dos problemas e do acirramento entre os enfoques disciplinares. A condição necessária para que a investigação cientifica possa ser protagonista dos rumos do atual desenvolvimento planetário e a capacidade de por em tela de juízo os ordenamentos mono disciplinares consolidados e de construir redes disciplinarias.
A parte da mestiçagem disciplinaria, outro amplo campo em que as disciplinas separadas devem auto-revisarem é de contê-los as realidades tratadas, em que não pode terminar em marco desta potência. Em concreto, a perspectiva preponderante das disciplinas básicas das ciências humanas segue sendo a ocidental. Por suposto, não quero por em dúvida sua importância histórica. Por esta época de planetarização, em que as sociedades, as culturas e seus saberes está experimentando um giro de trezentos e senta graus, as ciências humanas não podem permitir nenhuma introdução entre as áreas de investigação e didática universitária, as dimensões planetárias do enfoque: desde a filosofia e a história, introduzindo as grandes filosofias das outras culturas e a história de outras grandes regiões do mundo; desde a literatura e a sociologia, como os importantes movimentos literários e artísticos de outras culturas e o estudo das sociedades de outros continentes.
Somos-nos limitados a apresentar primeiramente a grande questão de auto corrigibilidade da ciência e das disciplinas que aspiram a formar parte dela: é suficiente esta introdução para indicar uma linha de investigação que resulta esta insustentabilidade nas universidades e na prática que impera pelos programas de cooperação internacional e o desenvolvimento das sociedades e das culturas. As concepções de desenvolvimento do Sul do mundo fundadas na exportação pura e dura dos modelos de desenvolvimento que estão em plena crise no Norte do mundo, baseadas em exportação de recursos humanos e materiais do Sul, em beneficio do Norte, derivam de uma cultura cientifica e tecnológica que representa, si bem de forma mais sofisticada, uma neocolonização em beneficio dos grandes poderes econômicos e políticos e que aumenta a brecha entre países ricos e pobres, entre as elites e a pobreza, gerando graves desigualdades e tensão que poderia engendrar muita violência dentro da aldeia global. A formação dirigida há uma ciência completa e auto-corretiva tem uma importância fundamental para a construção de novos parâmetros de desenvolvimento sustentável.
A RACIONALIDADE EMPÁTICA
É este paradigma epistemológico de um enfoque cientifico planetário, inovador na investigação e no desenvolvimento, nos remete a dimensão de racionalidade empática, e as disciplinas que estudam as distintas dimensões do entorno, e aí mais, as disciplinas que estudam o ser humano e sua produção cultural, tangível e intangível. Há que enxergar bem esta postura para evitarem equívocos e mal entendidos.
Retrocedemos aos sabores do pensamento cientifico moderno. Se há de recordar o clima histórico em que nasceu a ciência em sua concepção moderna, chamada ciência demonstrativa, porque havia sinergia na competência investigadora baseada na própria experiência. A ciência moderna nasceu como reação frente aos tipos de conhecimento que havia gerado a cultura medieval. Pese a base do desenvolvimento muito dos signos que medem desde a queda do Império romano herda o legado do humanismo, e da cultura medieval o saber era difuso e tinha um forte caráter emocional. Não era mera causalidade que desse saber estivera controlado por uma ciência declarativa edificada sobre o pensamento filosófico dedutivo para uma elite intelectual e de conhecimento de sentido comum com um forte caráter emocional, eram, para o cuidado normal, das caras da mesma moeda. Em ambos os casos o saber adquiria conotações sagradas: o pensamento das elites intelectuais era intocável e inacessível, devia acobertar sim e repetir as crenças que, de alguma maneira, derivavam do mesmo pensamento latente (não duvidemos que a língua e os documentos fossem em latim, falado por muito pouca gente). Em este marco histórico apenas esboçava, o conhecimento doto que emanava de sua origem comum sagrado e autoritário: o profundo caráter moral do conhecimento. O conhecimento se dividia em saberes bom e em saberes do mal: o primeiro, colaborava bem com a existência futura e por tanto, se devia fomentar. O segundo colaborava com o mal e por tanto, se devia evitar sempre. O conhecimento da realidade tinha um valor ético em si e por tanto, alimentava em seu interior uma racionalidade com uma grande carga emotiva: e bem devia ser concebido e desenhado, e o mal não devia ser desejado, sendo temido e aleijado.
Com as trocas históricas do Humanismo e do Renascimento este paradigma entrou em crise. Qualquer oposição à censura do saber e ao saber pregado por ela se paga com a vida. A revolução copernicana do conhecimento cientifico moderno separou a categoria de verdade da categoria de justo: daí que surge o principio da razão objetiva como conhecimento neutro e postura neutra de investigação frente ao objeto estudado. O descobrimento do imenso poder da racionalidade humana, que podia explicar por si só cientificamente a realidade e – ainda mais – transformá-la como sabemos, a fomento e inchamento da razão em muitos signos e mitos da poderosa razão antes da razão positiva despir, como frente garantida de progresso e civilização. Sem substituir o mérito da razão experimental, que havia contribuído também com o nascimento do pensamento democrático e das democracias representativas, esta fé indiscutível na neutralidade da razão cientifica dando origens, como sabem, a tecnologia e as maquinas e ao domínio cada vez maior das maquinas na sociedade industrial, transformando o poder das máquinas e da razão e construindo um modelo de desenvolvimento baseado exclusivamente em quantidade: uma quantidade de bens de consumo, descartáveis e não renováveis que crêem necessário sem fim. São necessidades e bens produzidos por máquinas cada vez mais sofisticados e dominantes, para levar as máquinas imateriais capazes de pensarem pelos homens. Pela racionalidade cientifica moderna, como temos visto antes, ademais de todos os seus méritos indiscutíveis, tem também seu calcanhar de Aquiles, como ficou claro lá atrás: a racionalidade neutra não existe. O principio do conhecimento separado que examina o objeto excluindo o contexto é precisamente um ponto de vista que resulta discutir desde o momento em que se adota a perspectiva da realidade complexa. O enfoque auto-corretivo e complexo é o antídoto contra as distorções de uma realidade que, em nome de sua neutralidade, já perdido contato com o meio ambiente e alterado os equilíbrios da vida do planeta alcançado através de processos evolutivos que já durava milhões de anos. Pelo também perdido o contato com os homens e as mulheres reais, com seus problemas de sobrevivência, com a dignidade de suas vidas, com as injustiças e as infâmias mais cruéis que jamais havia cometido o homem em escala mundial.
Como pode o conhecimento cientifico responder a relação com a natureza, com a qualidade de vida, com a qualidade do desenvolvimento das sociedades locais, nacionais e transnacionais? A resposta se encontra nos estudos que o mesmo conhecimento cientifico está elaborando desde a algumas décadas sobre a natureza e a função do conhecimento na história nosso planeta e da humanidade: as ciências ecológicas, paleo-antropológicas, neurobiológicas e cognitivas mais avançadas nos dizem que o conhecimento humano mais completo é o que integra o conhecimento derivado do sentir com o conhecimento derivado do pensar: a idéia mais profunda dos significados da natureza, do homem, do mundo Não se consegue quando a razão se encerra em si mesma e se isola dos contextos, nem tão pouco quando as emoções e as paixões primam sobre a razão, sim quando a razão não expulsa de si mesma as vivencias emocionais, sim quando dialoga com elas para intentar conhecer os significados profundos da realidade, o que não pode encerrar em um esquema rígido e friamente elaborado, tem que ser manifestado na infinita riqueza da biodiversidade e dos sistemas ecosuntentáveis que vive no planeta. Então, o conhecimento cientifico se libera do equívoco da neutralidade – que de todas as maneiras não cumpria – a racionalidade objetiva, epígeno de uma razão que não a cumpria a promessa de resolver por si só os problemas fundamentais da existência do planeta e de oferecer por si só as chaves do progresso, do desenvolvimento das sociedades, do bem estar e da felicidade a todos os que precisam dela. Pelo contrario, esta nova ciência emergente, visível em tantos estudos de investigação e profissionalização das disciplinas mais variadas que participam de programas de cooperação e desenvolvimento em todos os lugares do mundo, recompõem da unidade de conhecimento sensível e pensante e se converte em racionalidade empática. Aqui não se pretende replantar novamente o dualismo da ciência demonstrativa, que desde a insolência da razão peca de compreensão paternalista. Nem muito menos se pretende retroceder ao largo dos signos da racionalidade pré-moderna, moralizante e censurada subordinada a vivencias emocionais irresolutas.
Trata-se, mais bem de reconstruir uma ética da ciência dentro desta, utilizando seus mesmos instrumentos epistemológicos e científicos, proteção sobre a natureza mesma do conhecimento e sobre seus significados e sua função na vida dos seres humanos e do resto do mundo. É um caminho, que pode utilizar o campo da cooperação internacional para poder criar uma epistemologia do conhecimento cientifico nem reducativamente racional nem pretensiosamente neutra, sim completa, auto-corrigiva e participativa. Por tanto, a ética cientifica, como poderíamos denominá-las também profissionalmente frente ao desenvolvimento, e não fundada no trabalho investigador e prático na relação tradicional entre sujeito investigador e objeto a estudar, si não em relação entre sujeitos autores de saberem distintos: só os saberes intercomunicados e abertos dos investigadores dos que sai ao encontro dos saberes e dos portadores de problemas e de interesses individuais e coletivos, porque também se reconhecem os lugares da natureza e os significados profundos que estes encerram. Desta maneira, tanto um como outro constroem saberes compartilhados e inovadores, capazes de desenvolver as sociedades e suas culturas. Assim, através da prática cientifica e profissional participativa em áreas do desenvolvimento, os investigadores e os cooperados terminam fazendo descobertas totalmente novas e fecundas com uma grande objetividade: as sociedades e as culturas que a racionalidade reducionista havia classificado como subdesenvolvida, emitindo um claro juízo discriminatório, demonstram que possuem saberes que, passa a ser menos sofisticados, são capazes de reconhecer e estabelecer relações equilibradas entre a comunidade humana e a natureza. São culturas, que, passa dos limites e das contradições de sua historia, é saber elaborar o lago dos signos uma boa síntese do sentir e do pensar (pensamos, por exemplo, nas culturas não violentas da Índia e as culturas cooperativas da África subsahariana) sem sofrer o antagonismo emoção-razão que marca a oposição entre as soluções da Idade média e da modernidade ocidental. Assim mesmo, em sua concepção epistemológica, as ciências empáticas, compassivas, participativas e holísticas também estão intentando recompor esta unidade sensível-pensante na mente investigadora e na unidade homem-natureza e desenvolvimento.
Em este caminho, que a voz cientifica e formativa, relacionam ciência e desenvolvimento que arrancamos estas analises enquanto uma resposta entendida como pista de trabalho, tanto para investigadores como para profissionais do desenvolvimento: o conhecimento indispensável para o desenvolvimento de um território não vem dado por saberes do racionalismo disciplinário que rechaça os saberes das culturas tradicionais, nem se limita aos saberes tradicionais que não logram relacionar com os saberes planetários do pensamento cientifico hegemônico. O conhecimento para o desenvolvimento do mundo atual, global e local as vez, demanda um novo estagio epistemológico da ciência: a ciência completa, auto-corrigiva e participativa, construída por investigadores e os profissionais da cooperação junto às comunidades humanas do Norte e do Sul. Esta ciência expressa o estado mais democrático e mais avançado do conhecimento humano em nosso tempo: os saberes que criam o desenvolvimento em um território não é propriedade exclusiva dos investigadores e dos cooperantes, conforme o modelo de saber cientifico moderno que ensina a propriedade exclusiva do experto. São os saberes de uma ciência que se põe ao próprio dialogando com os saberes locais e criando saberes endógenos ecosuntentáveis. Desta maneira, o poder do conhecimento, através da ciência livre e comprometida, envolve a sua natureza original: passa a ser elitista e separada a convertida em patrimônio de todo ser humano para construir sua auto-poesia e participar do desenvolvimento total da comunidade humana. Por conseguinte, os programas de desenvolvimento dos territórios não aplicam modelos idealizados com a racionalidade separada, sendo que, participando em busca de modelos internos a comunidade através da racionalidade completa e auto-corretiva e participativa, oferecem uma importante participação graça a participação de uma ciência planetária mais avançada e de um humanismo planetário inédito e atualmente indispensável.
Está certo que a comunidade cientifica e a cooperação ao desenvolvimento tem ante si, a utopia que deve guiar os projetos de internacionalização da investigação e da formação, como Interlinkplus, que pese as suas limitações, é uma rede de investigadores da universidade italiana e latino americana dedicada a estudar e a experimentar modelos de revalorização conjunta do potencial humano e do patrimônio territorial com o fim de conseguir um desenvolvimento de qualidade em todos os oceanos.
A este respeito, o projeto InterlinkPlus pode constituir uma valiosa ocasião para promover e por em marcha na universidades da América Central e do Caribe, com a colaboração de universidades européias, um programa estratégico de doutorado internacional que forme investigadores de alto nível no campo do desenvolvimento, tal como há pedidos distintos setores da região. Este programa poderia estar aberto a professores e profissionais e da cooperação.
REFERÊNCIAS
AUTHIER, M.; LEVY, P. Gli alberi di conoscenza. Milono: Feltrinelli, 2000.
AA. VV. Sviluppo sostenibile e educazione ambientale: contibuti, esperienze, documento. Quaderni Cogeme: Revato, Bs, 2002, n.6.
BUTERA, F.; DONATI, E.; Cesário, R. I lavoratori della conoscenza. Milano: Franco Angeli, 1997.
BARDULLA, E. Pedagogia, ambiente e società sostennibile. Roma: Anicia, 1998.
BARONCELLI, C. (a cura di). Abitare la terra: un progetto educativo verso la sostentabilità. Quaderni Cogeme: Rovato, Bs: 2002 n.7.
BERTOLINI, P. L`esistere oedagogico: ragioni e limiti di una pedagogia come scienza fenomenologicamente fondata. Scandicci, Fi: La Nuova Itália, 1988.
BOCCHI, G.; CERUTI, M. Educazione e globalizzazione. Milano: Raffaello Cortina, 2004.
_____;______. (a cura di). La sfida allá complessità. Milano: Feltrinelli, 1991.
BOLOGNA, G. Manuale della sostenitabilità: idee, concetti, nuove discipline capaci di futuro. Milano: Edizioni Ambiente, 2005.
BONAGLIA, F.; GOLDSTEIN, A. Globalizzazione e sviluppo: due concetti inconciliabili? Quattro luoghi comuni da sfatare. Bologna: II Mulino, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário