Companeiros,
O resultado eleitoral do primeiro turno, considerando o amplo leque de alianças político-partidário do PT que constitui o núcleo político central do bloco de poder que assegura, no fundamental, a legitimação do modelo libral liberal no país e de sua política macroeconômica, contribuindo decisivamente para a consolidação da hegemonia das frações financeiro-exportadoras do capital e dos grandes grupos econômicos privados e estatais nacionais, não sofreu nenhum abalo. Esse amplo bloco de poder formado pelo governo Lula conta com todas as condições materiais e subjetivas para empreender uma derrota a "oposição de direita ao seu governo". Não porque haja diferença substancial no plano estratégio das políticas macroeconômicas entre um projeto e outro, mas sim porque sob a batuta do governo, incorporou-se parcialmente as demandas dos setores subalternos, sem ferir interesses do grande capital. Isto tem sido feito principalmente com a expansão de crédito, em particular do crédito consignado, o aumnto real do salário minimo e a política social focalizada do programa Bolsa-Familia. Essa é a base do "novo consenso", do "crescimento com distribuição", na era do capital financeiro.
O segundo turno vai se realizar no confronto entre esse consenso, legitimação de configurção popular e hegemônica contra as forças de "oposição de direita" representada hoje por José Serra. Por isso mesmo, o segundo turno assumirá, inevitavelmente, um caráter plebicitário entre esse consenso criado em torno desse bloco de poder hegemônico e as forças mais a direita que se articulam para retomar as redeas do controle desse modelo que FHC só cnseguiu uma parcial legitimação no inicio do Plano Real. Mas, considerando que não nenhuma cisão, no momento, no interior desse bloco de poder e de sua hegemonia sobre a sociedade, a tendência que se segue será de vitória da candidata que representa essas forças políticas e econômicas que tem se firmado na conjuntura.
A oposição de esquerda a esse bloco de poder, não pode simplismente ignorar essa realidade e refurgiar-se em principismos ideológicos abstratos tampouco seguir na linha da adesão, devemos - concordando com Jorge Almeida - aproveitar o momento para fazer política, dialogar com parcelas importantes das sociedade, dos setores populares e da classe trabalhadora, com os lutados do povo que, independente da nossa vontade ainda estão sobre a influencia da hegemonia desse bloco de poder. Por isso mesmo, para um posicionamento oficial favorável a Dilma passa pelo posicionamento dela sobre questões básicas já colocadas pelo companheiro Jorge, "auditoria da dívida, limite da propriedade da terra, 10% para saúde, Belo Monte, Transposição, 40 horas, etc". Isso nos coloca numa posição política ativa, presente na conjuntura, ocupando espaços nos debates e na mídia, se posicionando frontalmente contra Serra e, ao mesmo tempo firmando nossa posição a partir da perspectiva da necessidade de avanço a esquerda com assumimento das referidos pontos mínimos de luta política e social na conjuntura.
A história das posições políticas da APS no processo da luta de classes no país, nunca fez concessões ao doutrinarismo e ao esquerdismo, tampouco nunca aderiu ao pragmatismo político no plano da tática político-eleitoral, sempre soube definir com sabedoria suas posições a partir de uma visão revolucionária que considera as condições específicas e históricas determinadas da luta de classes em nosso pais. Por isso, levantar o voto nulo como propaganda no quadro da correlação de forças que encontramo-nos é apenas pensar em fazer política para poucos e afastar-se da ação política de massas.
JEORGE CARDOZO
50.013 - PSOL
O PROFESSOR QUE FAZ A DIFERENÇA
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