Por: Professor Cardozo
RIO – Na noite de 13 de março de 1961, Jânio Quadros, Presidente, foi para a televisão anunciar a “reforma cambial”, exigida, imposta pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e negociada pelo ministro Clemente Mariani por meio da tragicamente famosa “Instrução 204”.
No discurso, Janio deixou clara a guerra suja do petroleo:
- “Há três anos a Petrobrás dispunha de meios para levar avante investimentos vitais para a nossa indústria petrolífera. Hoje, o seu empobrecimento é tal que se viu obrigada a apelar, um dia desses, a mim, Presidente, para empréstimo de meio bilhão de cruzeiros do Banco do Brasil, a fim de pagar compromissos atrasados”.
PETROBRÁS
No dia seguinte, vários jornais davam em manchetes “a falência da Petrobras”. O general Idálio Sardenberg, presidente da empresa até a posse de Jânio, ficou uma fera. Os jornalistas o procuraram na diretoria de material de engenharia do Exército, onde estava lotado:
- O senhor acha que as palavras do Presidente ocultam algum plano de destruir o prestígio da Petrobras e depois o próprio monopólio estatal?
- “Não. Não acho nada disso. A Petrobras está definitivamente consolidada e somente o jogo de influências estranhas poderá ameaçá-la”.
SARDENBERG
O general disse mais :
- “Quando eu era presidente da Petrobrás, li um trabalho da Shell sobre a sua expansão e entrada no Irã. Dizia a empresa anglo-holandesa que, entre as primeiras tentativas de exploração do petróleo do Irã e a exploração efetiva transcorreram 19 anos. Isso é muito tempo e revela uma persistência formidável da Shell. Acho que não devemos afrouxar nossa vigilância sobre o monopólio estatal. Devemos estar permanentemente alertas. E é com essa intenção que vou lançar um “Manifesto à Nação”.
Jânio mandou avisar ao general que, se ele lançasse o manifesto, seria preso. O general Sardenberg lançou o manifesto, foi preso. E estava certo em seus receios: 17 anos depois, Geisel abriu o Brasil aos contratos de risco para as multinacionais do petróleo. Dois menos do que no Irã.
PRÉ-SAL
Esta semana,o “Globo” publicou reveladora materia sobre o Pré-Sal:
1. - “A britânica BG divulgou que revisou as estimativas de volume recuperável de petróleo (que pode ser extraído) para três áreas localizadas na camada do pré-sal da Bacia de Santos, onde a empresa é sócia da Petrobras. De acordo com a companhia, as áreas de Tupi, Iara e Guará podem ter, juntas, reservas de 10,76 bilhões de barris de óleo equivalente (inclui óleo e gás). Em relação à estimativa média anterior, de 8 bilhões de barris para as três áreas, os novos números representam mais 34%”.
2. – “ Para chegar ao novo cálculo, a BG contratou a consultoria Miller and Lents, que teve acesso a todos os dados hoje disponíveis sobre as três áreas. Para Tupi e Iracema, a empresa estimou o volume recuperável de petróleo em 9,14 bilhões de barris de óleo. Até agora, as projeções apontavam para 5 a 8 bilhões de barris. No caso de Guará, onde as estimativas de reservas giravam entre 1,1 bilhão e 2 bilhões de barris, a consultoria avaliou as reservas em 1,62 bilhão de barris, ou seja, abaixo do cenário mais otimista. A elevação da projeção total das três áreas, portanto, deve-se à revisão mais otimista para Tupi e Iracema”.
BG-REPSOL
3. - “Caso as estimativas se concretizem e novas descobertas aconteçam, as reservas no Brasil da BG, sozinha, poderiam alcançar 5 bilhões de barris de óleo. A empresa tem 25% de Tupi e Iracema, ao lado de Petrobras (65%) e da portuguesa Petrogal (10%). Em Guará, a BG tem 30%, a Petrobras 45% e a espanhola Repsol 25%. A parte das reservas que caberiam à BG nas três áreas seria da ordem de 2,8 bilhões de barris.
O diretor financeiro da BG, Ashley Almanza, afirmou que as notícias positivas do Brasil levarão a companhia a aumentar a confiança em seu programa exploratório no litoral brasileiro, nos proximos anos”.
MAR NEGRO
A sintese das reservas já licitadas e as empresas no Pre-Sal é esta :
1. – “Tupi e Iracema – Área : 9,14 bilhões de barris. Consórcios : Petrobrás (65%), BG Group (25% e Petrogal (10%)
2. “Guará” – Área : 1,62 bilhão de barris. Consórcios : Petrobrás (45%), BG Group (30%) e Repsol WFP (25%).
3. - “Iara” – Área : 3 a 4 bilhões de barris. Consórcios : Petrobrás (65%), BG Group (25%0 e Petrogal (10%)
4. – “Parque das Baleias” – Área : 1,5 a 2,5 bilhões de barris – Não houve licitação. Tudo da Petrobras (100%).
5. - “Franco” - Área : 4,5 bilhões. Não houve licitação. É da União.
6. - “Libra” - Área : 3,7 a 15 bilhões.Não houve licitação.É da União.
DILMA E SERRA
Dilma dizia que, no governo Lula, a Petrobrás só adotou o sistema de “concessões e parcerias” para o petroleo até o Pré-sal. Com o Pré-sal, um “bilhete premiado”, tudo é no “sistema de partilha”. Mentira. A maioria do Pré-sal (mais de 10 bilhões de barris) já está com licitações de “concessão e parceria” da Petrobrás com empresas estrangeiras (Inglaterra, Espanha, etc)
Inacreditavel é
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